São Paulo, quinta-feira, 28 de julho de 2011

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ENTREVISTA

Situação no país é preocupante, diz Drauzio Varella

DE SÃO PAULO

À frente de um quadro sobre hepatite exibido aos domingos no "Fantástico" (TV Globo), o médico Drauzio Varella --colunista da Folha-- percorreu o Brasil para conhecer a realidade da doença.
Ele afirma que houve avanços no controle da hepatite, mas acha que a situação "pode sair de controle rapidamente". O médico falou à Folha, por telefone.

 

Folha - Com base no que o sr. viu durante as gravações, qual é, hoje, o maior problema da hepatite no Brasil?
Drauzio Varella -
A hepatite é uma doença silenciosa, uma epidemia ignorada.
Embora tenhamos alguns números do Ministério da Saúde, provavelmente há subnotificação de casos. Como a doença só manifesta sintomas aparentes em seu estágio avançado, a maioria dos pacientes nem sabe que está infectada.

Em que áreas a situação é mais preocupante?
Existem áreas onde o quadro de contaminação é simplesmente caótico. Na região da Amazônia oriental, já próximo ao Peru, há aldeias em que o índice de infecção chega a quase 20%. Isso é completamente inaceitável.
No chamado polígono das hepatites, na região Sul, a contaminação também é grande. O vírus da hepatite B foi levado para lá pelos imigrantes italianos e se difundiu. Hoje, aproximadamente 8% dos moradores são infectados. É só um pouco menos do que na China.

O que precisa ser feito para mudar esse quadro?
Precisamos de uma política de enfrentamento, com diagnóstico e vacinação. O vírus é altamente contagioso, bem mais do que o HIV. Se não houver cuidado, a situação pode sair de controle muito rapidamente, como aconteceu na China, que eu conheci de perto. (GM)


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