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Pesquisa mostra que rei Ricardo 3º tinha lombriga
Cientistas britânicos encontraram ovos do parasita nos restos mortais do monarca
Depois da descoberta dos restos mortais do rei Ricardo 3º em um estacionamento na Inglaterra, em 2012, confirmada neste ano, e do início de um movimento para rever a péssima imagem do monarca --cristalizada pela peça "Ricardo 3º", de Shakespeare-- um novo achado volta a perturbar sua memória.
Pesquisadores britânicos das universidades de Leicester e Cambridge publicaram ontem na revista "Lancet" que os restos mortais do rei têm ovos de lombriga (Ascaris lumbricoides) na região sacral, onde ficam os intestinos.
Os cientistas compararam as amostras dessa região do corpo com outras do crânio, que não tinham ovos do parasita, e com o solo, onde também o resultado foi negativo. Isso, dizem eles, confirma que o rei sofria uma infestação de lombrigas. Esse parasita intestinal se espalha geralmente por falta de higiene das mãos e dos alimentos.
Segundo os cientistas, é provável que a infecção não tenha causado danos sérios ao rei, que governou a Inglaterra de 1483 a 1485 e morreu na batalha de Bosworth.
Mesmo sem sofrer danos graves, o rei devia ter alguns sintomas da infecção. "À medida que os parasitas migram pelo corpo, eles podem causar tosse e uma sensação desagradável enquanto são engolidos." Quando os ovos de lombriga liberam as larvas, elas viajam até os pulmões e a garganta, por onde são ingeridas e voltam ao intestino.
Quando ele morreu, é possível que os vermes tenham causado uma cena terrível. Traumas como o sofrido por Ricardo na batalha levam os parasitas a sair pelo nariz e pelo ouvido, diz Simon Brooker, da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres. Segundo ele, há 820 milhões de pessoas com lombriga no mundo hoje.