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HC testa atendimento psiquiátrico on-line Pesquisa do Instituto de Psiquiatria vai avaliar consultas por videoconferência para tratar pacientes com depressão Estudo britânico demonstrou que as sessões à distância são tão eficazes quanto as presenciais
DE SÃO PAULO O Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo (IPq) testará, pela primeira vez, o tratamento de pacientes deprimidos por meio de consultas por videoconferência pela internet. Os cem pacientes selecionados vão ser divididos, aleatoriamente, em dois grupos. Metade receberá o atendimento convencional (medicação e consultas de 20 minutos, uma vez por mês, no ambulatório do IPq). Os outros 50 serão atendidos virtualmente (consultas mensais de 20 minutos pela internet) e receberão a medicação por motoboy. O tratamento vai durar um ano. Os interessados podem se inscrever pelo e-mail agendamento.ipq@gmail.com. Segundo a psicóloga Ines Hungerbuehler, pesquisadora do Laboratório de Neurociências do IPq, o objetivo é verificar se o atendimento psiquiátrico virtual é tão eficaz quanto o presencial. "Será uma forma de ampliar o acesso e a eficácia do acompanhamento do paciente crônico e, ao mesmo tempo, liberar o ambulatório para os casos agudos, que realmente precisam de um contato presencial." O CFM (Conselho Federal de Medicina) veta consultas on-line -exceto quando fazem parte de pesquisas. REINO UNIDO Um estudo recente feito com dados de 36 mil pacientes do Reino Unido concluiu que terapia à distância é tão eficaz quanto a sessão no consultório. Foram comparados os resultados de pessoas atendidas por psicólogos à distância (por telefone ou Skype) com quem fez as sessões cara a cara. A eficácia das duas modalidades só foi diferente para quem tinha problemas mais graves (depressão severa e fobias) e idosos. O custo da terapia on-line foi 36% menor. Segundo o psicólogo Peter Jones, da Universidade de Cambridge, a terapia à distância facilita o acesso a serviços de saúde mental de pessoas com limitações de tempo, transporte ou com deficiências físicas. O estudo foi publicado na revista científica "PLoS One". A partir do achado, o governo inglês começou a testar técnicas de treinamento para que psicólogos da rede pública façam o atendimento à distância. No Brasil, o Conselho Federal de Psicologia baixou, em junho, novas regras para a interação à distância entre psicólogos e pacientes. As normas, que entram em vigor em janeiro, aumentaram de dez para 20 o número máximo de sessões pela internet. Oficialmente, as sessões psicológicas por e-mail, MSN ou Skype são permitidas só para aconselhamento. O atendimento psicoterápico, sem limite de consultas, precisa ser presencial -exceto para fins de pesquisa. Mas oito psicólogos afirmaram à Folha que já fazem psicoterapia à distância. Humberto Verona, presidente do Conselho Federal de Psicologia, reconhece que a permissão necessita ser revista. "Precisamos acompanhar a tecnologia. Mas temos que resolver muitas questões ainda em aberto na terapia on-line, como a manutenção do vínculo com o paciente." Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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