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Comunidade espera ação na área climática
EM WASHINGTONSe há pouca chance de o orçamento federal de pesquisa voltar a crescer nos EUA, ao menos outra demanda da comunidade científica parece estar num momento favorável: o avanço na política para o aquecimento global.
Após sua reeleição, Obama já mencionou duas vezes que promete retomar essa agenda com mais força. A avaliação dos cientistas é que hoje há uma parcela maior do eleitorado que vê a mudança climática como problema grave, e isso ajudará o presidente em medidas concretas.
"Claro que há alguns congressistas que não vão querer discutir isso, mas acho que há uma oportunidade maior nos próximos anos para tratar do tema", diz Joanne Carney, diretora de assuntos legislativos na AAAS.
Segundo ela, diminuiu o medo de que a política ambiental prejudique a economia. "Soluções como a taxa de carbono podem ser um caminho que eles vão considerar."
Durante a campanha, Obama explorou pouco suas duas principais iniciativas para reduzir as emissões de gases: regras contra carros que bebem muito combustível e o veto a novas usinas a carvão pouco eficientes.
Cientistas também acreditam que o presidente terá mais espaço para negociar a entrada dos EUA num sonhado acordo global do clima.
"É o segundo e último mandato, então ele não precisa mais ter posição tímida na questão ambiental", diz Carlos Nobre, do MCTI. "Só que ele tem de se engajar construtivamente, e não travando a pauta, como os EUA fazem."