São Paulo, domingo, 04 de setembro de 2011

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SEMANA DO LEITOR

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Deus
Quando vi o cartum de Rafael Campos Rocha (Ilustríssima, 28/ 8), gostei muito. Por vários motivos: além da charge em si ser boa (o desenho é arrojado, a ironia é fina), considerei um enorme avanço um jornal grande e sério publicar quadrinhos dessa natureza, criticando tão diretamente um assunto ainda considerado tabu por muita gente.
Não só esse cartum me causou muito gosto, mas todo o conjunto dos desenhos em que a divindade judaico-cristã é representada como uma mulher negra em várias situações cotidianas -e humanas. A genialidade disso poderia ser discutida por horas.
Além disso, pensei: vai haver uma enxurrada de críticas. Para minha (não) surpresa, li a carta do senhor Luciano G. de Carvalho Pereira ("Painel do Leitor", 31/8). Não se podia mesmo esperar outra coisa dos cristãos praticantes.
Muitos não sabem que a Inquisição acabou. Não aceitam, não toleram e não suportam a crítica, a discordância, o diferente. Pensam que suas ideias obscuras e seus mitos tidos como verdades devem ser aceitos sem questionamentos. Essas pessoas pensam que estão acima de qualquer escrutínio, e querem defender suas ideias pobres, censurando quem pensa diferentes.
Alô, senhor Luciano Pereira, se não quer ver seus dogmas questionados, tranque-se numa igreja e vá ler apenas encíclicas. Num meio de comunicação plural e democrático, o senhor terá que suportar suas crenças serem criticadas. A propósito, o texto de Luiz Felipe Pondé, que compartilha a página, de fato é bastante interessante. Penso que o cartum e o texto compuseram um bom painel. Só não foi melhor do que o texto sobre Marx no século 21, uma página adiante.
THIAGO MACHADO SAMPAIO RIBEIRO (Belo Horizonte, MG)

Judiciário
Os nobres juízes estão chateados porque o Orçamento de 2012 não prevê aumento para a categoria, que, claro, ganha muito mal, tem apenas 60 dias de férias e se aposenta com valor integral dos salários ("Revolta do STF por aumento faz Dilma rever Orçamento", Poder, 2/9).
Bem mesmo estão os aposentados que recebem salário mínimo e têm de se virar para bancar remédios, que só aumentam a cada ano.
No Brasil, fala-se muito em corporativismo dos políticos, mas, infelizmente, isso espalha mais rápido do que notícia ruim? Se pararmos para prestar atenção, veremos que o que hoje acontece no STF está muito disseminado pelo país, principalmente nos centros de poder.
Não tem jeito, cada um puxa a brasa para a sua sardinha, não se importando uns com os outros.
ANTONIO JOSÉ G. MARQUES (Rio de Janeiro, RJ)



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