|
Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
CARTAS
leitor@uol.com.br
Juros
Está de parabéns a equipe de
técnicos do Banco Central. Em vez
de "correr atrás dos fatos", adotou
uma conduta bastante corajosa,
antecipando acertadamente a deterioração do cenário econômico
externo e reduzindo a taxa Selic
em 0,5 ponto percentual. Tudo isso a contragosto do mercado e do
"consenso dos especialistas", salvo raras exceções.
Trabalhei no mercado financeiro por 17 anos e digo que o que
mais enfureceu seus agentes foi o
fato de o Banco Central ter "apostado em um cenário", o que impediu que tais "experts" de tesourarias de bancos e de fundos de hedge fizessem suas apostas no mercado "pré-fixado" de taxa de juros
e enchessem as burras com as
quedas da taxa Selic lá na frente,
como de habitual. Esse dinheiro
ficou para o BC, e em última análise, para o contribuinte brasileiro.
Já passa da hora de haver um
rearranjo de poder entre o mercado financeiro e os agentes da economia real no que se refere a tomadas de decisões na política econômica. Esta última, apesar de ser
muito mais expressiva do que o
onipresente mercado -de acordo
com o critério de "valor de mercado" nas Bolsas, entre as sete empresas mais valiosas do mundo,
não há nenhum banco-, vê-se
obrigada a seguir o mantra dos
grandes conglomerados financeiros e das agências de risco.
Na China, que em dez anos se
tornará certamente a maior economia do planeta, a coisa já funciona de maneira diferente faz muito
tempo. Lá, o mercado dança conforme a música.
Acertaram o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e os integrantes do Copom (Comitê de Política
Monetária).
PEDRO G. R. MARCONDES
(São Paulo, SP)
Chuvas
O Estado de Santa Catarina pode ser chamado de "o vale das enchentes", pois as chuvas chegam
e alagam tudo. Ruas se transformam em rios, comunidades ribeirinhas, em lagos, e das casas só ficam à vista os telhados. A perda
material é total. Mesmo assim, as
pessoas continuam morando em
áreas de risco, e nenhuma providência é tomada.
Muitas cidades carecem de cuidados especiais para evitar que as
enchentes causem problemas todos os anos, como se fosse uma
chaga maligna. A tendência de
ocorrer enchentes é cada vez
maior e, se não forem tomadas
medidas acertadas, várias cidades
ficarão seriamente comprometidas. As áreas habitadas devem ser
planejadas para evitar que as enchentes causem sofrimentos todos
os anos.
PAULO HIRANO (Curitiba, PR)
Próximo Texto: Tuitadas Índice | Comunicar Erros
|