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Eu falarrrrrr portchugués
Erros ortográficos e gramaticais afetam traduções de games lançados no Brasil; jogos dublados têm sotaque americano
A era dos games dublados e legendados em português ainda está na infância.
No passado, a existência de jogos traduzidos para o nosso idioma dependia de legendas caseiras, sem autorização das produtoras, feitas por fãs dedicados.
Hoje, Sony e Microsoft já têm mais da metade de seus jogos traduzidos, segundo as próprias empresas.
Sequências esperadas, prestes a serem lançadas, como "God of War: Ascension", "Call of Duty: Black Ops 2" e "Halo 4", contarão com texto e/ou áudio em português.
Como é um processo que começou há cerca de dois anos, parte das traduções ainda tropeça em erros, termos "emprestados" do português de Portugal e pronúncias com carregado sotaque norte-americano.
"As empresas devem, em caso de erro nas legendas, oferecer atualizações gratuitas. E quem quiser pode trocar o jogo ou pedir o dinheiro de volta", afirma Maria Inês Dolci, diretora da Proteste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor) e colunista da Folha.
No mês passado, a Proteste enviou uma solicitação ao DPDC (Departamento de Proteção dos Direitos do Consumidor) do Ministério da Justiça: tomar providências sobre erros e termos equivocados na legendagem dos games "Mortal Kombat" e "Gears of War 3". "Avaliamos que as falhas afetam o entendimento do jogo", diz Dolci.
O caso começou em janeiro, quando a Proteste notificou a Warner e a Microsoft (produtoras dos games) por causa das falhas. A Microsoft disse que os erros são "bem pequenos" e não comprometem a experiência. A Warner não se pronunciou, mas, à época das críticas a "Mortal Kombat", prometeu corrigir os erros. Até hoje, nenhuma modificação foi feita.
O DPDC disse que espera detalhes dos estudos para decidir se tomará providências.
Mas nem tudo são trevas: alguns jogos, como "Halo 4" e a franquia "The Sims", são pontos fora da curva e têm excelentes traduções.
"A tendência é que as empresas adquiram experiência e melhorem. Mas para isso precisamos apontar os erros e cobrar soluções", diz Dolci.
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