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Feira americana perde relevância a cada ano, afirma consultor
BRUNO ROMANI COLABORAÇÃO PARA A FOLHAA CES, uma das maiores feiras de eletrônicos do mundo, está com os dias contados. O motivo: o evento perde relevância a cada ano.
O diagnóstico é de Robert Enderle, presidente da consultoria Enderle Group e veterano de CES, que aponta alguns obstáculos à feira.
Um deles é a debandada de empresas importantes, que preferem apostar em eventos próprios. Neste ano, por exemplo, a Microsoft não abrirá a CES -algo que fazia desde 1999. A substituta será a Qualcomm, que, embora seja uma gigante no mercado de chips, está longe de empolgar o consumidor final.
"As empresas descobriram que podem ter melhores resultados em eventos próprios, porque não têm de lutar por visibilidade. Todos querem seu lugar ao sol, e a CES não oferece isso", afirma o consultor americano.
A Apple foi uma das primeiras a investir em eventos próprios, ainda nos anos 80. Nos últimos anos gigantes como Samsung e Microsoft também aderiram à prática.
AMEAÇA ESPANHOLA
Além disso, a CES tem que lidar com a concorrência de feiras menores e com foco mais específico. São para elas que os fabricantes guardam anúncios importantes.
No mundo de smartphones e tablets, os grandes lançamentos são feitos no Mobile World Congress, que acontece em fevereiro em Barcelona. Para videogames, o evento mais importante é a E3, em junho, em Los Angeles.
Outro problema para a CES é sua data. "Era um evento para apresentar os produtos do segundo semestre, mas a maioria dos fabricantes não está pronta para mostrá-los até maio ou depois. Por isso, a CES é uma feira que mostra o que estará no mercado no primeiro semestre, que é mais devagar e empolga menos as pessoas", explica Enderle.
BOA PARA OS PEQUENOS
Por outro lado, a CES continua a ser um bom negócio para empresas iniciantes.
"É ótimo para marcas menores terem a mesma visibilidade que as grandes. Não fosse por isso, o gasto em marketing para atingir os consumidores seria muito maior. Em muitos sentidos, a CES serve como plataforma de lançamento de muitas empresas", diz Jeff Orr, analista da consultoria ABI Research.
"Em 2013, o evento continuará a ser o lugar para a primeira olhada em novos produtos e serviços no mundo dos eletrônicos", afirma.