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Pequena cidade de areia é ponto de partida
Barcos saem de Gran Roque, considerada a "capital" do arquipélago, para levar os turistas a outras praias
Bem escassa, água doce pode faltar em períodos de alta temporada; o dia termina ao redor de uma pracinha
Alívio! O teco-teco pousa com sucesso naquele pedaço de terra firme cercado de água. E olha que nem teve tantos solavancos como os passageiros especulavam.
O copiloto abre as portas da aeronave. Um funcionário do "aeroporto" retira e passa as bagagens para o carregador da pousada.
Ele confirma seu nome e sua reserva. Estampa um sorrisão no rosto e emenda: "Bienvenido a Los Roques".
Espécie de capital do arquipélago, Gran Roque é a porta de entrada dos visitantes que chegam pelo ar.
Lá está o aeroporto --na verdade, o que existe é uma pista, sem estrutura para embarques e desembarques como check-in das companhias.
É só desencanar e seguir o carregador, à frente, empurrando o carrinho. Enquanto ele pega a ruazinha à direita, você terá que passar pelo posto de controle e pagar uma taxa de visita que custa, para estrangeiros, 214 bolívares fortes (cerca de R$ 69).
Com cerca de 2.000 moradores, as poucas ruas de Gran Roque são todas de areia. O nome da ilha é uma referência à "grande rocha" --a vilinha está espalhada aos pés desse monte rochoso.
As casas e pousadas são simples (cerca de 60, sendo que só quatro delas têm água quente, TV de LCD com canais pagos e um variado menu gastronômico com direito a uma enxuta, mas honesta, carta de vinhos). Pena que o wi-fi nem sempre funciona.
Água doce, vale lembrar, é um bem preciosíssimo. O sistema de abastecimento utiliza um processo de dessalinização da água do mar.
Caminhão, um dos raros veículos motorizados que circulam por Gran Roque, abastece as pousadas e recolhe o lixo (nem sempre bem cuidado por moradores e turistas).
Em períodos de alta temporada, pode haver racionamento de água e falta de energia. Pouquíssimas pousadas contam com gerador.
Pousadas, restaurantes, agências de mergulho, mercadinhos e casas dos moradores ocupam as quatro ruas principais.
AO SOM DO MERENGUE
O cais é o ponto de encontro com os barqueiros que levam os turistas para as ilhas do arquipélago. Também é ali que os visitantes e nativos se juntam quando regressam a Gran Roque para assistir ao pôr do sol, que proporciona um espetáculo diferente a cada fim de tarde.
Outra dica para sacar fotos bacanas é encarar a trilha que leva às ruínas do farol. Antes de encará-la, porém, fica a dica: passe na pousada e troque seus chinelos por tênis.
À noite, pequenos bares oferecem cadeiras e pufes na areia para tomar uma cerveja e jogar conversa fora, ao som de ritmos caribenhos, como salsa e merengue ou "lounge music".
Tradicional ponto de encontro é a pracinha chamada, é claro, de Simón Bolívar, com lojinhas que vendem artesanato e suvenires. A oferta, diga-se, é bem escassa.
A moçada paquera, indiferente aos turistas. Numa rua em direção ao farol, mulheres se reúnem para jogar. E a noite se despede.
Esqueça a "ferveção" noturna. Afinal, você vai precisar pular bem cedo da cama no dia seguinte para descortinar algum ponto na imensidão azul do Caribe. (ROBERTO DE OLIVEIRA)