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Quanto mais alto melhor
Na virada do ano, Xangai, famosa por seus arranha-céus, ganha seu prédio mais alto, com 632 metros
O novo caminho do turismo em Xangai é para o alto: 128 andares, 632 metros acima do solo.
É o tamanho da Torre Xangai, que na virada deste ano se soma a outros arranha-céus da cidade na disputa por turistas. Além dos mirantes nas nuvens (que, em dias muito úmidos, podem até atrapalhar a vista), os prédios investem em restaurantes, bares, espaços para eventos, lojas e museus.
A Torre Xangai deixará para trás o atual prédio mais alto da China, o Financial Center, a poucas quadras dali, em Pudong --distrito financeiro que, com seus arranha-céus futuristas, virou cartão-postal da cidade.
À noite, os prédios ganham iluminação multicolorida e viram o destaque dos cruzeiros pelo rio Huangpu.
De dia, luzes e cores são onipresentes nos edifícios, abertos aos turistas.
No Financial Center, elas embalam uma subida meteórica, 439 metros em pouco mais de meio minuto, até o 97º andar (a velocidade do elevador é de dez metros por segundo). As portas se abrem para uma passarela com paredes e teto de vidro.
Em dias de tempo firme, a cobertura é aberta para deixar entrar o ar de fora.
Dali se avista a cidade em 360º, mas ainda há o que subir: para o 100º andar, a 474 metros, onde fica o mirante mais alto do mundo. O chão envidraçado tem "janelas" pelas quais se espia a cidade lá embaixo.
PÉROLA
A estrela da paisagem é a torre Pérola do Oriente, com suas três esferas enfileiradas numa estrutura que ultrapassa os 350 metros.
Mais antiga que o arranha-céu rival (foi aberta em 1994; o Financial Center é de 2008), ela tem menos altura e menos efeitos especiais, mas mais serviços, diversão e cultura.
Naquele, há um café e lojinhas de souvenirs. Nesta, um restaurante giratório a 267 metros de altura, com bufês de comidas de várias nacionalidades, praça de alimentação no térreo, parque de diversões e um mirante sobre chão envidraçado que faz a alegria de centenas de turistas por dia, a 259 metros.
Mesmo de segunda a sexta, a fila é grande --o número de turistas na China cresce acima de 10% por ano, e eles fazem de Xangai a segunda cidade mais visitada, atrás de Pequim. Entre estrangeiros, são cerca de 10 milhões por ano --sul-coreanos, japoneses e russos são os mais frequentes.
Fica também na Pérola do Oriente o Museu de História de Xangai, com réplicas em tamanho real de casas e lojas da cidade antiga, instalações interativas, maquetes, fotos e vídeos. E, claro, lojas de bugigangas.
A torre fica a apenas uma quadra da estação de metrô Lujiazui, onde se pega a linha 2, que leva a outros pontos turísticos da cidade, como a rua Nanjing (que, no trecho leste, é um calçadão com lojas de todos os tipos e tamanhos) e o Museu de Xangai, que tem belas coleções de bronzes milenares, cerâmicas, roupas, gravuras e esculturas.
O museu é também um bom endereço para escolher presentes --a loja tem réplicas de obras de arte com mais qualidade que as encontradas em bazares da cidade e preços razoáveis.
Enquanto espera a abertura da Torre Xangai --que terá 106 elevadores-- a cidade já sabe que perderá em breve a corrida para os céus.
A partir de 2016, a China inaugura edifícios com 636 m, 660 m e 700 m nas cidades de Wuhan, Shenzhen e Suzhou, respectivamente.
Nenhum deles ultrapassará o atual prédio mais alto do mundo, a Burj Khaifa, aberto em 2010 em Dubai. O único concorrente à torre dos Emirados é a Kingdom, em Jidda (Arábia Saudita), cuja inauguração foi marcada para 2019.