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A despeito de intempéries, NY já vive o clima de festa
Tempestade é passado numa Manhattan que já está pronta para festejar
Castigada pelo furacão Sandy, metrópole se reergue; estátua da Liberdade só abrirá no início do ano que vem
Fim de novembro e, em meio ao formigueiro humano da Times Square, já não restam dúvidas de que pelo menos aqui, no coração de Manhattan, a vida já voltou ao normal e a devastação imposta pela tempestade Sandy ficou para trás.
E foi substituída pelo tradicional clima de Natal, que tinge a cidade de branco e transforma suas vitrines em mostruário do que há de mais cobiçável e contemporâneo em termos de consumo.
É verdade que, no fim de novembro, algumas estações do metrô ainda permaneciam fechadas na parte baixa da ilha de Manhattan.
Mas, mesmo então, não deixava de impressionar a capacidade que Nova York tem de ressurgir mais forte a despeito das adversidades.
Dentre os locais danificados, a estátua da Liberdade e Ellis Island só devem reabrir no início do ano que vem.
Ironicamente, Sandy atingiu a estátua em cheio um dia após sua grande reabertura.
Com a estátua fora de alcance, a barca para Staten Island tornou-se uma alternativa gratuita aos cruzeiros turísticos oferecidos aos que desejam chegar mais próximos a ela. Além da vista da estátua, o destaque durante os gelados 25 minutos de travessia é a aproximação de volta a Manhattan, com o panorama do novo "skyline" que começa a se desenhar no sul da ilha com a construção do One World Trade Center.
A maioria dos turistas desembarca no terminal em Staten Island e já segue direto para área de embarque para aguardar a próxima barca de volta à Manhattan.
Para quem dispõe de tempo e tem ganas de enfrentar o frio, é possível aproveitar para conhecer um pouco do mais tranquilo e desconhecido dos cinco grandes bairros nova-iorquinos.
FLASH BACK TRÁGICO
Mas quem presenciou a passagem de Sandy a uma semana das eleições presidenciais disputadas entre Obama e Romney ouviu e viu notícias como "Prepare-se para o pior", como estampou em letras garrafais a página do Weather Channel.
E as informações chegavam on-line e em tempo real, por meio de webcams pela cidade. Numa dessas, por volta das 15 horas, via-se a inimaginável cena da sempre agitada Times Square praticamente deserta e já escura, numa estranha sensação de calma antes da tormenta.
Em total contraste, o microfone da câmera instalada na coroa da estátua da Liberdade, a quilômetros dali e muito mais exposta aos elementos, captava um estrondo parecido com o que deve ser o som do fim do mundo, um pouco menos de dois meses antes do previsto.
O barulho do vento, o mar mexido e o céu plúmbeo lembravam o cenário de um filme-catástrofe, daqueles que só poderiam acontecer mesmo em Nova York. Mas agora, em meados de dezembro, o burburinho da Times Square voltou ao agito habitual. E não resta dúvida: no coração de Manhattan, onde curtir o clima natalino é um ponto alto, a vida já voltou ao normal.