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Cientista alemão é um dos cérebros por trás da Nasa
SILVIO CIOFFI
EDITOR DE TURISMO
Não, não foi o bilionário britânico sir Richard Branson, 57,
da Virgin Airways, o primeiro a
sonhar com passageiros em órbita da Terra. O pioneiro a imaginar as tais viagens espaciais
tripuladas por turistas foi Wernher Magnus Maximillian von
Braun. Em 1971, ele afirmou ser
possível que, "num futuro nem
assim tão distante, até homens
comuns poderiam tripular viagens periódicas ao espaço".
Criador dos modernos foguetes e de satélites, Von Braun foi
um dos pais da Nasa (www.nasa.gov), a agência nacional
espacial dos EUA, cujas dependências em Houston, no Texas,
e em Cabo Canaveral, na Flórida, recebem turistas. A trajetória de Von Braun é ainda examinada no museu Nacional do
Ar e do Espaço da Fundação
Smithsonian (smithsonian.
com), em Washington, onde
uma televisão exibe John F.
Kennedy declarando, em 1962,
que antes do fim daquela década, "nós vamos ao espaço".
O cérebro do foguete
Cientista alemão nascido em
1923, aos 18 anos Von Braun fazia experiências com explosivos e minifoguetes nos baldios
de Berlim. Filho de uma astrônoma amadora e de um barão
prussiano que integrou o governo alemão anterior ao de
Adolf Hitler, logo foi cooptado
pelo partido Nazista, em 1937.
Suas bombas V-1 e V-2 arrasaram Londres na Segunda
Guerra (1939-1945). Findo o
conflito mundial, o cientista foi
novamente cooptado, dessa vez
pelos EUA, que em plena Guerra Fria disputavam palmo a
palmo com a extinta União Soviética o envio de astronautas à
órbita da Terra e, depois, à Lua
-esta uma conquista norte-americana do foguete Saturno,
que levou a Apollo-11 à alunissagem pioneira, em 1969.
Autor de "Homens entre Planetas" e de "A Conquista da
Lua", Von Braun casou-se com
Marie Louise von Quistorp, sua
prima distante, em 1947, indo
morar em Port Bliss, no Texas.
Boa-pinta, adepto da equitação e da pesca submarina, oficialmente só ingressou na direção da Nasa em 1960 -há um
filme de Stanley Kubrick, "Dr.
Fantástico" (1964), em que o
ator Peter Sellers parodia seu
incômodo passado nazista.
Saiu da Nasa em 1972 para entrar na Fairchild Industries,
produtora de artefatos aeronáuticos e bélicos.
Tido por entusiasta do uso civil dos inventos espaciais, dizia
que os diversos estágios dos foguetes siderais seriam, com o
tempo, substituídos por um
veículo que poderia decolar e
pousar como o avião comum.
Fez com que os satélites, na
órbita terrestre, prospectassem materiais e combustíveis
fósseis, atuassem em telecomunicações, pesquisassem o
ambiente e avaliassem safras,
observassem tormentas e furacões nas previsões meteorológicas. Mas, é de se lembrar que
os satélites também espionam.
Werhner von Braun morreu
de câncer, aos 65, no Texas.
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