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VIAJAR E COMER
Veja como ir além do "chicken or meat" na refeição a bordo
A comida de avião é prejudicada pelas dificuldades logísticas, pelo ressecamento e pelo baixo orçamento
DA REPORTAGEM LOCAL
O carrinho desponta no corredor apertado do avião e logo a
aeromoça pergunta: "Chicken
or meat" (frango ou carne)? O
serviço de bordo regular dos
vôos internacionais em classe
econômica oferece alternativas
gastronômicas pobres, mas há
muitas outros menus à disposição do passageiro.
A primeira saída é a refeição
especial -chamada "special
meal". Única opção para quem
tem restrições alimentares, as
refeições especiais também podem ser uma estratégia para escapar da comida padronizada.
Mas é preciso pedir o menu
24 horas antes da decolagem do
vôo. Há a refeição vegetariana,
a livre de glúten, a kasher (preparada segundo os preceitos judaicos) a muçulmana e a asiática, entre outras.
Para quem busca apenas escapar da encruzilhada "chicken
or meat?", a refeição vegetariana costuma ser boa pedida.
Apesar de sofrer as mesmas
restrições técnicas que as refeições comuns, a vegetariana é
mais leve e menos ressecada
(características incontornáveis
nos pratos de carne), por conta
de os legumes terem mais água
-e não passarem do ponto com
a facilidade que um bife passa.
Veja como reservar essa comida especial à pág. F5 e, aventurando-se por uma das alternativas disponíveis, escapar da
refeição convencional.
Por quê?
As refeições servidas em
aviões são como são por dois fatores principais, segundo Andrew Scott Bushee, coordenador do curso de tecnologia em
gastronomia do Centro Universitário Senac, em Águas de São
Pedro (SP): a logística e o custo.
"O alimento é preparado
muito antes e é aquecido por
uma resistência elétrica encaixada sob cada bandeja", explica
Bushee. Isso faz que o alimento
tenha o gosto e a textura afetados. As limitações de orçamento, cada vez menor com a alta
do petróleo que penaliza as empresas aéreas, prejudicam o
processo, desde os ingredientes
até os métodos de cocção. "E
quanto mais alto o preço do
combustível, menos boas refeições serão servidas", diz ele.
Assim como as narinas e os
olhos, que ficam ressecados, a
comida sofre com a falta de
umidade na cabine. Isso danifica o alimento cru e explica porque as folhas de alface sobrevivem pouco. Como se não bastasse, o paladar é prejudicado
também pelo ressecamento.
Junte uma coisa a outra, e o resultado é a refeição sofrida. Para Bushee, a melhor solução "é
levar um lanchinho."
A dica, seguida por alguns
dos chefs consultados pela
Folha,
afina com a sugestão do endocrinologista Marcello Bronstein, professor da Faculdade de
Medicina da USP, de seguir a
dieta a que se está acostumado.
"O ideal é não sair muito de
seus hábitos alimentares".
Pão duro
Para fazer o lanche, prefira
pães resistentes, com casca.
Evite usar maionese, que pode
ser substituída por patês ou
mostarda. Queijos e frios servem de base, e podem vir acompanhados de picles, ervas frescas e brotos, como o de alfafa.
(SC, HL, PPR, MDV)
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