|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MARROCOS
Rabat é a mais agradável entre as vilas imperiais
Porto para o Atlântico, capital e 2ª maior cidade do país abriga o palácio real e museu de arqueologia
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM MARROCOS
À sombra do kasbah dos Oudaïas, homens discutem negócios e tomam um fumegante
chá de hortelã. De vez em quando, seus olhos se perdem nos
barcos do rio Bou Regreg.
Em Marrocos, é comum ver
só homens nos cafés. As mulheres estão às voltas com afazeres
domésticos. Mas em Rabat, capital e segunda maior cidade do
país, as mulheres são mais ocidentalizadas: trabalham fora e
participam da vida política.
Batizada de Cidade Branca,
Rabat é um porto sobre o
Atlântico e a mais agradável das
vilas imperiais. As largas avenidas com palmeiras lembram o
passado colonial francês. É do
palácio real Dar El-Mazhzen
que o rei Mohammed 6º tenta
conciliar abertura política, econômica e social com o forte movimento islamita no país.
Mohammed 6º assumiu o
trono em 1999, após a morte de
seu pai, Hassan 2º, e estabeleceu um governo de unidade,
mais à esquerda e mais próximo da população. O monarca
tenta quebrar alguns tabus
marroquinos, além de combater problemas básicos, como
analfabetismo e pobreza.
Protegida
No século 12, época de sua
fundação, Rabat era Ribat Al-Fath, que significa "forte da vitória". Sua história começou
com os Almóadas, dinastia berbere que reinou em todo Magreb. Para reunir as tropas que
deviam partir em defesa da Andaluzia, então controlada pelos
muçulmanos, os Almóadas ergueram uma fortaleza, muros e
portas monumentais.
Hoje, o kasbah (palácio fortificado) dos Oudaïa -que abriga
museu de arte tradicional-, as
muralhas e as portas Bab Er-Rouah e Oudaïa são parte da rota turística.
A medina de Rabat é bem
menos pitoresca do que as de
Marrakech e de Fez. A rua
Souïka é onde está o comércio
mais animado e a Grande Mesquita. No final da rua, comerciantes de tecidos e bijuterias
formam o souk Es-Sebat. À leste da medina, na rua dos Consuls fica o mercado de tapetes.
A torre Hassan é a atração local mais famosa. O minarete
inacabado, do século 12, foi o
que restou do sonho do sultão
Yacoub El-Mansour. Ele queria
construir a maior mesquita do
mundo muçulmano, mas morreu antes de ver a obra concluída. Só o minarete resistiu ao
terremoto de 1755, o mesmo
que destruiu Lisboa.
Em frente à torre Hassan fica
o mausoléu de Mohammed 5º,
avô do atual rei de Marrocos.
Projetado pelo vietnamita Vo
Toan, abriga uma mesquita e
um museu dedicado à dinastia
Alauita, que reina o país há 300
anos. Mohammed 5º, morto
em 1961, é considerado o pai da
independência de Marrocos
(1956). Perto de seu caixão, teólogos se revezam noite e dia para ler o Alcorão em voz alta.
O melhor museu arqueológico de Marrocos reúne tesouros
pré-históricos de civilizações
pré-islamitas. A necrópole de
Chellah é outro programa para
os amantes de arqueologia. Fora dos muros de Rabat, o mausoléu real foi erguido sobre a
colônia romana de Sala. Hoje, é
refúgio de cegonhas.
(LETÍCIA FONSECA-SOURANDER)
Texto Anterior: Cidade marroquina terá praia artificial no ano que vem Próximo Texto: Suado, lavado e esfregado, turista sai novo do hammam Índice
|