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"IN AND OUT"
Outras áreas, como Brooklyn, Queens e The Bronx, são parte da metrópole e merecem não ser ignoradas
Conhecer Nova York inclui dar as costas a Manhattan
Heloisa Lupinacci/Folha Imagem
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Inaugurada em 1883, a ponte Brooklyn, de pedra e aço, com 1.833 metros de extensão, liga a ilha de Manhattan a essa região que já foi uma cidade autônoma
HELOISA LUPINACCI
ENVIADA ESPECIAL A NOVA YORK
Diante de um calendário,
programar uma viagem a Nova
York (nycvisit.com) é um
exercício de seleção. Qual museu será descartado, qual passeio deixado para a próxima
vez, que restaurante não entrará no roteiro, seja pelo preço ou
pela falta de tempo.
Isso já acontece ao turista
que se restringe aos domínios
de Manhattan. E fica mais evidente se forem integrados à
viagem passeios pelos outros
"boroughs" -Brooklyn,
Queens, The Bronx e Staten Island- que formam a cidade,
além da famosa e estreita ilha.
Mas, se deixar essas outras regiões de fora do roteiro facilita
a organização, ignorá-las significa limar passeios que incluem
bons museus, excelente comida e agradáveis caminhadas.
Grid
E a caminhada mais memorável é justamente aquela que
leva para fora de Manhattan.
Tudo começa no City Hall, a
prefeitura da cidade. Logo ali é
o começo da ponte Brooklyn.
É verdade que o caminho
mais fácil para o lado de lá do
rio East está sob o chão, nos trilhos percorridos pelo metrô.
Mas, imediatismos de lado, daqui seguiremos à pé.
Nesse caso, pela pista da direita, porque a da esquerda é
reservada para ciclistas.
Alguns minutos de caminhada pela ponte, e o turista começa a ser emaranhado pelos cabos de aço que há 125 anos sustentam esse marco nova-iorquino. Ali dentro, com cabos
estirados em diversas direções,
a impressão que se tem é a de
estar dentro de um grid -aquele conjunto de linhas que estrutura construções e páginas.
Do lado esquerdo, avista-se a
ponte Manhattan, que, além da
Williamsburg e da Brooklyn, liga Manhattan ao Brooklyn. Do
lado direito, lá longe, é possível
divisar a Estátua da Liberdade.
Para trás, à direita, avista-se o
amontoado de prédios de
Downtown Manhattan.
De 26 de junho a 13 de outubro, o passeio vai ter mais um
quê. Nesse período, haverá
uma cachoeira ali. A obra é de
arte, é do artista dinamarquês
Olafur Eliasson e atende pelo
nome de New York City Waterfalls (www.nycwaterfalls.org). Além da queda-d'água na
ponte Brooklyn, haverá mais
três -uma no Brooklyn, entre
os píeres 4 e 5, uma em Governors Island e uma no píer 35,
em Manhattan.
Com ou sem cachoeira, depois de percorrer os 1.833 metros da ponte de pedra e aço,
um dos principais cartões-postais de Nova York, avista-se a
placa "Bem-vindo ao Brooklyn.
Que doce ele é" (Welcome to
Brooklyn. How sweet it is). E a
paisagem fica mais avermelhada, dos prédios de tijolos.
Quanto tempo
O auto-proclamado doce
Brooklyn deve tomar ao menos
um dia da viagem. O Queens também. Bem como
The Bronx,
onde há muito mais que o estádio de beisebol dos Yankees.
Vai da preferência do viajante, é claro, tirar um dia da conta
de Manhattan para dedicar a
essas regiões. Mas conhecer
Nova York passa por isso.
Isso porque em 1868 os cinco
"boroughs" se uniram, dando
origem à cidade, então a segunda maior do mundo.
Em Manhattan, o desafio é
controlar a ansiedade. E aceitar
que muita coisa vai ficar de fora
-pensar que da próxima vez a
injustiça será reparada ajuda a
lidar com esse sentimento.
De qualquer forma, é bom
não perder de vista que, além
de todos os programas -ver os
prédios (leia na pág. F11), visitar os museus,
fazer compras, ir a restaurantes-, é preciso
reservar um tempo para ficar
um dia à toa, fazer piquenique e
tirar uma pestana no Central
Park ou caminhar a esmo pelas
enormes avenidas-cânions.
Não importa quanto tempo a
viagem durar, vai faltar tempo
para fazer tudo.
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