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Internacional
Exposição em Paris reconta a imigração
ANOS 30 - Evento lembra época em que a França incentivou vinda de estrangeiros
PAULO DANIEL FARAH
ESPECIAL PARA A FOLHA, EM PARIS
Uma exposição em cartaz na
recém-renovada Cité Nationale de l'Histoire de l'Immigration (cidade nacional da história da imigração, no Palais de la
Porte Dorée) atrai aqueles que
buscam um programa diferente para fazer em Paris.
Muitos dos visitantes vêem
representados ali seus ancestrais ou conterrâneos.
Chamada "1931, Les Etrangers au Temps de l'Exposition
Coloniale" (1931, os estrangeiros na época da exposição colonial), a exposição -que marca a
reabertura do local- aborda,
por meio de fotografias, trechos de filmes e documentos, a
atmosfera e a sociedade na
França a partir de 1929.
As imagens reunidas também mostram o impacto exercido por imigrantes vindos da
África e da Ásia que foram incentivados, na época, a viver
em território francês.
Estrangeiros
No período entre-guerras
apresentado, duas imagens
constrastantes se destacam.
De um lado, a glorificação do
império colonial francês e de
sua missão civilizatória em
contraposição ao "exotismo
das populações indígenas".
Do outro, os 3 milhões de estrangeiros que faziam da França um dos principais destinos
de imigração no mundo.
Na mostra atual, o visitante é
convidado a descobrir uma realidade social bem diferente da
apresentada na exposição de
1931, no bois de Vincennes.
Entre os eixos temáticos,
destacam-se a politização dos
estrangeiros, sua presença na
sociedade francesa, suas profissões e a representação que era
veiculada na mídia, incluindo a
associação, por vezes, entre migração e criminalidade.
Natal
Apresenta-se uma cenografia
que destaca a escola, o Exército
e locais de sociabilização (como
cafés, bailes e associações).
Uma curiosidade da exposição, que apresenta bilhetes de
entrada da exposição colonial
de 1931 e propagandas para
atrair visitantes, é uma foto da
época que mostra trabalhadores vestidos de Papai Noel com
os seguintes dizeres: "Papai
Noel só compra presentes franceses; sigam esse exemplo".
Para completar, há uma mostra sobre a produção cinematográfica dos anos 1930 em torno
de dois temas: "Indígenas e
imigrantes no cinema francês
dos anos 1930" e "Cineastas estrangeiros na França".
Bosque
Passeios a bordo de um ônibus da época levam do Palácio
da Porta Dourada -onde está a
exposição- ao jardim de agronomia tropical, localizado a
nordeste do bois de Vincennes
e criado em 1899 para organizar experiências agronômicas
que envolviam café, cacau, baunilha etc. Ao longo do trajeto,
pode-se observar a arquitetura
da França colonial.
A exposição tem feito tanto
sucesso que seu encerramento
foi prorrogado de 7 de setembro para 5 de outubro.
Cafezinho
Após a visita, uma sugestão
para continuar a usufruir do
ambiente cultural de Paris é ir
ao Café de Flore e ao Les Deux
Magots, dois cafés que foram
freqüentados por intelectuais
como Gustave Flaubert, Pablo
Picasso e Albert Camus. Pode-se aproveitar para ver a paisagem do bulevar Saint-Germain.
PAULO DANIEL FARAH é professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da
USP.
PALAIS DE LA PORTE DORÉE
av. Daumesmil, 293; de ter. a sex.,
das 10h às 17h30; e aos sáb. e dom.,
das 10h às 19h; ingresso: 5 (R$
12); tel.: 00/xx/33/1/5359-5860
www.histoire-immigration.fr
CAFÉ DE FLORE
bulevar Saint Germain, 172; abre
diariamente, das 7h30 à 1h30; tel.:
00/xx/33/1/4548-5526;
www.cafe-de-flore.com
LE DEUX MAGOTS
praça Sant Germain de Prés, 6; diariamente, das 7h30 à 1h; tel.: 00/
xx/33/1/4548-5525;
www.lesdeuxmagots.fr
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