São Paulo, quinta-feira, 29 de setembro de 2011 |
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Com 5.000 hectares de vinhedos, região é conhecida pelo prosecco Várias ruelas e estradinhas cortam Valdobbiadene, que tem o verde das vinhas como cenário Espumante, produzido em um curto espaço de tempo, possui um sabor leve e, normalmente, um baixo teor alcoólico DO ENVIADO À ITÁLIA O carro percorre uma estradinha estreita, e o cheiro de mato denuncia que a metrópole ficou para trás. Valdobbiadene (www.valdobbiadene.com) é famosa pela uva prosecco -atualmente, o nome oficial é glera- e tem somente 12 mil habitantes. São dessa região, por exemplo, os vinhos Nino Franco (www.ninofranco.it) e Bisol (www.bisol.it). As várias ruelas e estradinhas que cortam a cidade têm como cenário o verde das parreiras. O vale, dividido pelo rio Soligo, possui cerca de 5.000 hectares de plantações de videiras. O prosecco é um vinho de sabor leve, geralmente de teor alcoólico baixo (11%) e produzido em um espaço curto de tempo (algo entre três e seis meses, mantendo o frescor da uva). Ele pode ser consumido em um ou dois anos. Engana-se quem associa esse vinho apenas a aperitivos. Primo Franco, proprietário da vinícola Nino Franco, sugere harmonizações com um menu completo. Dá para apostar em embutidos, massas frescas, risotos, pratos com porcini (funghi) e peixes. Comparar o prosecco com o champanhe, outro tipo de espumante, não é incomum. Primo explica: "O champanhe é uma bebida que está associada a um estilo de vida. Já o prosecco... é só beber". Seu carro-chefe, que compõe 70% da produção, é o Rustico. O rótulo, que pode ser encontrado no Brasil por cerca de R$ 80, sai na Itália por volta de 9 euros (R$ 22). Trata-se de um vinho feito com 100% de uvas glera, vindas de vinhas de encostas de colinas em altitudes mediano-altas. O resultado é um sabor cremoso e refrescante. O clã Franco ainda comanda o "bed & breakfast" Villa Barberina (www.villabarberina.it), um palacete vêneto do século 18, envolto por videiras. Das parreiras de seu quintal é produzido o espumante Grave di Stecca ( 21 euros; não vendido no Brasil), um brut -prosecco com até 15 gramas de açúcar por litro- que, como sugerido pelo produtor, pode acompanhar toda a refeição. 'O RIO FICOU VERMELHO' Habitada desde o Paleolítico, Valdobbiadene, acredita-se, é a terra de são Venâncio Fortunato (530-600), poeta e bispo católico. A área foi um dos palcos da Primeira Guerra Mundial, com suas vilas bombardeadas e bastante destruídas durante o período, inclusive a torre da piazza Marconi, um dos cartões-postais locais. Conta-se que as águas do rio ficaram vermelhas com o sangue dos combates. Para comer, vá a um restaurante à beira das estradinhas, com vista para o vale. A osteria Alla Terrazza (00/xx/39/393-9061801) é um deles. Passe também na osteria Senza Oste, onde não há funcionários. Escolha a comida, seja honesto e deixe o dinheiro de sua conta. (RAFAEL MOSNA) Texto Anterior: FOLHA.com Próximo Texto: Na Toscana, fórmula do chianti clássico foi criada por barão Índice | Comunicar Erros |
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