DA ENVIADA ESPECIAL

Existem endereços que nascem predestinados a resistir ao tempo. O bar do Toninho é um deles. Nem tanto pela longevidade - tem somente 21 anos -, um menino, comparado aos 97 anos do Café Paulista ou aos 76 anos do Almeida.
O Toninho é o tipo de lugar que toda grande cidade esconde. Um "sujinho", que, para os desavisados, parece nada ter de especial. Mas basta uma breve enquete entre santistas rodados para que ele seja indicação quase unânime como dono do melhor bolinho de bacalhau do lado de cá do Atlântico.
Certo exagero, pois o Rio de Janeiro tem fortes concorrentes, mas o do Toninho realmente entraria na disputa em condições de conquistar a taça.
O ambiente é típico de boteco-praia, só falta o pé na areia - ele está a um quarteirão do mar. Mesinhas de plástico com o nome de alguma cervejaria, cadeiras também de plástico e aparelhos de televisão quase sempre transmitindo partidas de futebol.
Democrático, o ambiente reúne casais, turmas, gente nova voltando da praia, gente velha fugindo do dominó e bom atendimento: da hora de pegar o pedido à hora de trocar o copo de cerveja por outro geladinho.
Dá para apostar que não se sai dali sem beliscar o tal bolinho de bacalhau (R$ 2 a unidade), comer um ou dois pastéis (carne, queijo, camarão, bacalhau, siri, palmito, carne seca..., também por R$ 2) e mordiscar coxinhas de galinha feitas com a própria coxa (R$ 2,50) e que se segura pelo osso. (PPR)