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ENTREVISTA MARCELO CARVALHO
'Dou risada das críticas'
Divulgação
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O vice-presidente da Rede TV!, Marcelo Carvalho, que, em entrevista, falou dos planos do canal para conquistar o terceiro lugar em audiência |
Criada após a falência da TV Manchete, em
1999, a Rede TV! vem conseguindo seus
maiores índices de audiência com programas polêmicos como os apresentados por
João Kléber. Em entrevista ao TV Folha,
Marcelo Carvalho, vice-presidente da emissora, diz que ri das críticas, nega o uso indevido de imagens de outros canais e revela as
principais mudanças na programação até o
final deste ano.
RODRIGO RAINHO
DA REDAÇÃO
O jornalismo popular tende a ocupar
mais espaço na programação da emissora?
Sem dúvida. Tomamos como exemplo
a CNN, uma rede de TV fechada, mas extraordinária em jornalismo. O sucesso
dela se deve aos elementos de show da
cobertura. O "Repórter Cidadão", com
Marcelo Rezende, atinge segundo lugar
de audiência e é um show de imagens.
Não é aquele jornalismo quadrado, com
uma pessoa sentada passando notícias.
Como vão ficar as manhãs?
Das 9h30 ao meio-dia, haverá um novo
programa feminino, fora dos moldes do
"A Casa É Sua". Será um programa de
quadros, como o antigo "TV Mulher", da
Globo. A emissora vê com bons olhos
um jornalístico com apresentação de Janaína Barbosa, das 12h às 13h, parecido
com o "SPTV", muito focado no dia-a-dia. Será ancorado por um casal -um
jornalista, que já estamos procurando no
mercado, e uma mulher para quebrar a
rigidez clássica. A Janaína [Barbosa, do
"TV Fama]" tem um bom perfil.
A Rede TV! vai manter a linha do popularesco? A apelação vai continuar?
Estamos cabeça a cabeça com a Record
na disputa pelo terceiro lugar. Vislumbramos que estamos numa curva ascendente, e eles, estagnados ou na descendente. Ultrapassamos a Band graças a
dois elementos: agressividade e erros da
concorrência. Não temos orientação para o popularesco, mas a Rede TV! não
tem a mínima vergonha de ser popular.
TV aberta deve ser popular. Sem audiência, a TV quebra. Sempre vamos ter quadros engraçados, que você chama de
apelativos, grandes besteiróis como o
"Teste de Fidelidade". Mas temos mais
público nas classes A, B e C. Isso é a chave
do cofre, o perfil ideal para os produtos
dos anunciantes.
Como conciliar o popular com conteúdo
educativo e cultural?
Temos que contrabalançar aspectos
populares e jornalismo de primeira linha, crível e inquestionável. Ao contrário
do SBT, optamos por dar força ao jornalismo. Procuramos misturar atualidade
com assuntos ecléticos e populares em
programas populares.
E documentários, especiais, biografias?
O "Rede TV! Repórter" será um espaço
aberto a documentários com apelo popular. Mostrar golfinhos do Pólo Norte
não dá, jamais.
Como você encara as críticas aos programas do João Kléber?
Dor-de-cotovelo de quem é incompetente para conseguir mais audiência.
Dou risada. As críticas vêm do espanto
com o crescimento da Rede TV! em tão
pouco tempo. Não há classes D e E assistindo programas dele. Isso desmente
qualquer crítica ao popular. Os intervalos estão lotados de anunciantes.
O uso das imagens de outras emissoras
não fere a legislação?
A Rede TV! tem o dever de crescer. Diretores têm a orientação de ousarem, furarem, serem penetras e fecharem acordos para cobrir eventos das outras emissoras. Não temos vergonha de mostrar o
que os outros fazem. Pessoas querem
ver as vidas dos famosos. Excelentes
exemplos de sucesso nesse nicho são as
revistas "Caras" e "Quem".
Então o sr. reconhece que a Rede TV! está burlando os direitos de imagem das
concorrentes?
De jeito nenhum. Não estamos burlando, estamos furando. Nossos programas
não reproduzem imagens sem autorização. Nas reportagens, nossos profissionais ficam nas portas das festas e das
gravações para pegar os artistas. E aí furam mesmo, com nossas imagens.
Quando conseguem, são premiados. Incentivamos a agressividade e a guerrilha.
Após o término dos novos estúdios da
Rede TV!, quais são os planos?
Terminamos Alphaville 1, que hoje
comporta cinco estúdios e 100% dos
programas produzidos. Alphaville 2
compreende 15 mil metros quadrados
de construção, que termina em seis meses, investimento de US$ 12
milhões na primeira fase das obras e US$ 3 milhões na segunda
fase. Vai comportar um grande teatro, para mil pessoas. Não é interesse da Rede TV! fazer novela longa.
Na faixa de "Betty, a Feia", terceiro lugar de audiência, vamos colocar produções colombianas, mexicanas, americanas ou até brasileiras. Também vamos
fazer "game shows". Daqui a poucos
meses, estaremos na frente da Record de
segunda a sexta. A partir daí, tomaremos
pelas beiradas o lugar do SBT.
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