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"EU TENHO A FORÇA!!!"
Novo desenho com a coqueluche dos anos 80 chega ao Brasil
Cartoon exibe He-Man recauchutado em abril
O herói He-Man em sua primeira versão para televisão
JOSÉ AGUIAR
FREE-LANCE PARA A FOLHA
HOUVE um tempo em que o herói
de toda uma geração era um sujeito
moreno, musculoso e com um improvável cabelo loiro em corte tigelinha. Não
bastasse tal visual, trajava uma discreta
sunga peluda e exibia uma cruz no peito.
Agora, o Cartoon Network, em comemoração aos 20 anos do herói, vai trazer
o novo He-Man para o Brasil.
A partir de 5 de abril, às 13h30, tanto os
saudosistas quanto os que nunca ouviram falar no "Homem Mais Poderoso do
Universo" poderão conhecer o "remake", lançado nos Estados Unidos no ano
passado com grande sucesso.
Amadurecendo os personagens, os
produtores da Mike Young Productions
prometem que, finalmente, será revelada
a origem do vilão Esqueleto, apenas insinuada na série original.
Com as 26 novas aventuras do desenho, chega uma nova linha de brinquedos. Afinal, o personagem é propriedade
da Mattel, uma das maiores fabricantes
mundiais.
Na verdade, a série foi uma maneira de
promover os bonecos "Masters of the
Universe", que, segundo a lenda, teriam
sido criados às pressas para substituir
uma linha de brinquedos baseada no filme "Conan - O Bárbaro". Como o filme
não tinha nada de infantil, e o prejuízo
parecia inevitável, mudou-se a aparência
dos personagens, e a produtora Filmation elaborou um novo desenho.
Coube a alguns roteiristas hoje famosos como Paul Dini (que recriou os desenhos do Batman na década passada) e J.
M. Straczynski ("Babylon V") a ingrata
tarefa de justificar os personagens esquisitos que habitavam o planeta Etérnia.
Com o herói, conviviam personagens como a Feiticeira, guardiã do Castelo de
Grayskull (sua fonte do poder), Mentor
(o pai de Teela, sua paixão platônica) e
Pacato, um tigre falante e covarde que se
transformava no Gato Guerreiro.
Nas manhãs da Globo, os 130 episódios, exibidos originalmente entre 1983 e
1985, fizeram da série uma febre entre jovens e crianças. Mesmo sendo politicamente correta a ponto de os personagens
aparecerem ao fim de cada capítulo para
explicar a lição de moral do dia.
Tal sucesso alavancou outro desenho:
"She-ra, a Princesa do Poder". Protagonizada pela irmã do corpulento herói, a
ação se passava em Etéria, outro planeta.
Na verdade, uma xerox roxa, rosa e feminina de tudo o que havia em He-Man.
Em 1987, ele chegou aos cinemas na
pele do canastrão russo Douph Lundgreen, no filme "Mestres do Universo".
Com pouco orçamento e sem maiores
atrativos, o longa mostra He-Man desembarcando na Terra para derrotar o
Esqueleto (Frank Langella).
Além disso, em 1989, após a falência da
Filmation, foi produzida a série "As Novas Aventuras de He-Man". Nela, ele vai
ao espaço descaracterizado: bem mais
magro e usando rabo-de-cavalo e calças.
Uma série ruim de 65 episódios.
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