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EM REDE
O astro Homem-Aranha também joga teia na TV
Quadrinho cujo traço inspirou a animação clássica feita em 1967 e que sumiu da TV há anos
JOSÉ AGUIAR
FREE LANCE PARA A FOLHA
O "HOMEM-ARANHA" , atração
em dezenas de cinemas brasileiros,
também está na TV, embora as duas animações, em cartaz na Globo e no canal
pago Fox Kids, não sejam as melhores
dentre tantas já feitas com o herói.
Atração do "TV Globinho", que vai ao
ar durante a semana às 10h35, "Homem-Aranha", série de 65 episódios produzidos entre 1994 e 1998, é irregular. Salvo
poucos produzidos no Japão, esteticamente, a série é mal resolvida. As festejadas cenas com cenários em 3-D não "casam" com a animação tradicional. Pior:
Peter Parker é um almofadinha para lá de
mauricinho. Para piorar, no último episódio há o cafonérrimo encontro do herói com seu criador, Stan Lee. Ambos
dão uma volta de teia encerrando uma
série apenas razoável.
No Fox Kids, na faixa "Insomnia", que
entra no ar à 0h30, o desenho "Homem-Aranha e Seus Incríveis Amigos", de
1982, é uma versão Marvel produzida para fazer sombra aos "Superamigos" (Cartoon), que une Batman, Robin, Super-Homem, Mulher Maravilha e outros. No
quarto da rapaziada, movendo um troféu, móveis e paredes giram, revelando
um grande laboratório. O pânico vem
quando a Tia May, inocentemente, tira o
pó dos móveis. Afinal, é na casa dela que
os heróis moram. Todos no mesmo
quarto! E pagando aluguel. Imagine, o
Aranha, o Homem de Gelo e a Estrela de
Fogo... E os marmanjos arrastando a asa
para a bela... Foram 24 episódios muito
divertidos.
Jóia perdida Mas a melhor animação do Homem-Aranha já feita foi a
primeira, de 1967. A produtora Grantay
& Lawrence, a mesma que, com muita
cara-de-pau e nenhum orçamento, produziu os toscos desenhos Marvel. Foram
79 episódios, exibidos nas TVs abertas
brasileiras até meados dos anos 70,
quando desapareceram do mapa. Um
genuíno clássico.
Para conter gastos, o visual do herói foi
modificado de leve. As teias do uniforme, um pesadelo para os desenhistas,
restringiram-se apenas às botas, luvas e
máscara. Além disso as cenas do herói
balançando por entre os prédios foram
infinitamente reaproveitadas.
Curiosidade: quando dublados aqui,
os nomes dos personagens foram vertidos para similares na língua de Camões:
Peter Parker virou o trava-língua Pedro
Prado, Tia May virou Tia Maria e J.Jonah Jameson virou J. Jonas Jaime.
Mas, marcante mesmo, foi a trilha sonora com arranjos de jazz e blues e a
música-tema. Regravada anos mais tarde por Ramones e Aerosmith. No Brasil,
o refrão ganhou uma versão entre a garotada: "Homem-Aranha, Homem-Aranha/ Tanto bate quanto apanha...".
Mas o herói deverá ter vida longa: ainda em 2002 uma nova série, feita em animação 3-D, deve estrear na MTV dos Estados Unidos.
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