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Provocação de Antônio Abujamra completa dois anos
RODRIGO RAINHO
DA REDAÇÃO
O programa "Provocações", da
TV Cultura, completa hoje dois
anos no ar. O entrevistado, às
22h30, é o diretor de teatro José Celso Martinez Corrêa. Antônio Abujamra, 69, que conduz o "talk
show", falou ao TV Folha.
Por que José Celso?
José Celso é provavelmente o diretor de teatro de maior intuição da
América Latina. É um dos mais modernos do teatro brasileiro.
O sr. esperava que "Provocações"
ficasse tanto tempo no ar?
Seriam só 13 programas, para três
meses, e começaram a achar que fazia sucesso. Percebemos que a TV
pode corromper ou radicalizar. Nós
radicalizamos de modo light, porque a relação humana muda, uma
pessoa é uma hoje e outra amanhã.
Qual é o objetivo do sr.?
Estou muito mais preocupado
com os telespectadores, que percebem que não sou o provocador, sou
provocado. Quero que os entrevistados façam o seu momento. Pessoas falam o que querem, com toda
a verdade e a liberdade.
Qual a função das poesias e dos
textos lidos no programa?
Quanto mais poético, mais verdadeiro. A verdade psicológica é sempre menor que a verdade poética.
Como surgiu o "Provocações"?
Eu e Gregório [Bacic, o diretor]
nos reunimos e resolvemos fazer algo que mostrasse às pessoas novos
espaços, desde o berço até a tumba.
A iluminação do cenário pretende
criar um clima mais provocador?
A iluminação e os movimentos de
câmera são cuidadosos. Nosso programa é muito simples, mas a nossa
simplicidade não é de ignorância.
Como o sr. encara o sucesso?
Na minha profissão, fracasso e sucesso são absolutamente iguais. Os
dois são impostores.
O que mais o sr. faz atualmente?
Faço teatro sempre. Entrou em
cartaz na sexta-feira, dia 9, uma peça só com negros, "Hamlet é Negro", no Teatro Glória, no Rio. A
minha adaptação é uma mistura de
trabalhos de Hamlet. Os negros são
vanguarda erótica, musical e esportiva. Mas não atuam no teatro, precisamos de uma companhia negra.
A criatividade é destruidora.
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