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Afinal, televisão faz bem ou mal à criança?
DA REPORTAGEM LOCAL
"A TV não vicia nem promove a
passividade", diz Maria Teresa
Rocco, professora da Faculdade de Educação da USP e estudiosa da televisão há
mais de 20 anos. "As pessoas confundem passividade com estar quieto.
Crianças não fixam a atenção por muito
tempo", diz, aconselhando 45 minutos,
no máximo, de exposição diária.
Na opinião de Waldemar Setzer, professor do departamento de Ciências da
Computação, na USP, e autor do livro
"Meios Eletrônicos e Educação: Uma
Visão Alternativa", "a TV foi a maior
tragédia que aconteceu à humanidade,
e não tem comparação com nenhuma
guerra".
De acordo com Setzer, ela "mata a
imaginação e leva ao estado hipnótico".
"Na TV não há aprendizado, há condicionamento", diz ele.
Já a influência dos comerciais, Maria
Teresa afirma que só acontece a partir
dos cinco anos. "Mas a TV não é culpada pelo consumismo infantil, os culpados somos nós, que atribuímos a ela a
responsabilidade de educar", afirma.
Setzer lembra que, em 2000, foram investidos R$ 12,9 bilhões em publicidade
no Brasil, sendo 63,5% na televisão. "Eis
a prova de que funciona, e a criança é
mais receptiva que o adulto."
Para Maria Teresa, os desenhos fortalecem o imaginário, e a TV Cultura é
uma excelente alternativa na TV aberta.
Setzer, no entanto, é contrário até ao
elogiado "Castelo Rá-Tim-Bum": "As
figuras são grotescas. Bruxas não devem ser vistas, só imaginadas".
Maria Teresa diz que o caminho é a
atenção: "A TV não substitui a relação
social. A criança só não brinca se não tiver com quem". (FD)
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