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MADE IN BRAZIL
Diretor da rede hispânica vibra com sucesso de "El Clon" nos EUA e fala da produção da versão de "Vale Tudo"
Telemundo comemora a parceria com a Globo
ADRIANE GRAU
FREE LANCE PARA A FOLHA, DE SAN FRANCISCO
A REDE hispânica norte-americana
Telemundo descobriu que o gosto
dos 33 milhões de "latinos" que moram
no país é o mesmo dos brasileiros. "No
momento, "El Clon" é um grande sucesso nos Estados Unidos", diz Manuel
Martinez, vice-presidente de programação da emissora. "É a novela de maior
sucesso que já mostramos às 22h e o programa de maior audiência em Miami e
Nova York", completa.
A Telemundo gosta tanto das novelas
brasileiras que decidiu filmar uma inteira em espanhol. "Vale Todo" está sendo
produzida nos estúdios da Rede Globo
no Rio de Janeiro e estréia nos Estados
Unidos daqui a oito dias, às 21h.
"Vale Tudo" original (88-89), de Gilberto Braga, não passou nos Estados
Unidos, mas tem boas referências. "É
uma das melhores novelas que a Globo
tem em seu acervo", analisa Martinez.
"Foi um grande sucesso na América Latina, mas o público hispânico dos Estados Unidos ainda não viu."
Até agora, todas as novelas da Globo
têm sido dubladas em espanhol nos EUA
e transmitidas com "closed captions"
(legendas opcionais) em inglês.
Martinez diz que sua equipe já está escolhendo a próxima trama para produzir
em espanhol. "Queremos fazer várias
novelas com a Globo; são os melhores
produtores do gênero no mundo".
Além de "El Clon", a rede está mostrando atualmente a minissérie "Acuarela", e, em seguida, entra em cartaz "Hilda
Huracán". A Telemundo já comprou
também os direitos de "Esperança" (que
começa amanhã no Brasil, veja nas páginas seguintes), ainda sem data de estréia.
A rede começou a mostrar novelas brasileiras com "Xica da Silva" (Manchete),
em 1999. Outros títulos que cativaram o
público hispânico dos EUA foram "Doña Flor" e "Terra Nostra".
Globais
Apesar da familiaridade do
público com os atores brasileiros, Antônio Fagundes é o único não-hispânico a
fazer parte de "Vale Todo". Martinez
conta que ele aprendeu espanhol especialmente para a tarefa e aceitou fazer
um papel pequeno. "É uma homenagem, pois foi o astro principal na novela
original e é o ator brasileiro mais popular
para nossa audiência", conta.
Para fazer "Vale Todo", vários atores
deixaram a concorrente Televisa, no México. Há ainda atores da Colômbia, Peru,
Porto Rico e Cuba.
Martinez se recusou a especular sobre
o valor que os direitos de transmissão de
"Vale Todo" podem alcançar em países
da América Latina. A Globo detém tais
direitos. "Mas, aqui nos Estados Unidos,
vamos ganhar muito dinheiro durante a
transmissão, pois vai ser um produto espetacular", conta. "O sucesso garantido
que terá nos Estados Unidos fará com
que outros países queiram exibi-la."
O poder aquisitivo dos "latinos" nos
Estados Unidos aumentou em 118% na
última década, e a Telemundo cresceu
rapidamente quando os anunciantes começaram a brigar pelos US$ 450 bilhões
que essa população gastou no período.
Quando o assunto é o interesse do SBT
em capturar o promissor público americano, Martinez explica que não será através da Telemundo: "Temos um contato
exclusivo com a Globo".
O plano original é gravar 140 capítulos
de "Vale Todo". Mas a Telemundo está
preparada para estender a trama, dependendo do sucesso. Só não garante que
Odete Roitman (célebre personagem de
Beatriz Segall na versão original) morrerá no final. "Vamos fazer vários finais e queremos que o público fique tão envolvido como quando JR foi assassinado em
"Dallas'", conta o vice-presidente de programação da rede.
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