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CRISE
Sem verba, TV Cultura está quase parada
RODRIGO RAINHO
DA REPORTAGEM LOCAL
OS DIRETORES de núcleo da TV
Cultura estão reticentes quanto à
perspectiva de independência financeira
do canal, que teria menos apoio do governo do Estado, hoje responsável por
cerca de 70% da receita -R$ 89,9 milhões neste ano.
"Seria um desserviço à TV pública.
Sem o apoio, o telespectador não teria
uma alternativa de ver o mundo, sem a
influência do mercado e da busca pela
audiência", diz o diretor de jornalismo,
Marco Antônio Coelho. "Não exibimos
gente tentando enfiar uma bala na cabeça", afirma ele, em referência aos programas policiais sensacionalistas.
Coelho defende o apoio estatal a alguns
programas. "Há os que não podem depender do mercado, como os educativos
e o "Roda Viva". São patrimônios da sociedade, não podem ser influenciados
por outros interesses, como televenda."
O núcleo de documentários, que mantém parceria com produtoras independentes desde 1998, é citado como um
exemplo de sucesso de gestão afinada
com o mercado. "Havia um conceito de
que tudo deveria ser criado e produzido
pela Cultura. Agora, exibimos conteúdo
que vem da sociedade, de produtoras independentes", diz o diretor do núcleo,
Mario Borgneth.
Com as co-produções, a emissora passou a mostrar mais de 50 documentários
inéditos por ano. O único projeto da área
totalmente custeado pela Cultura é o
"Caminhos e Parcerias", cujo ritmo de
produção caiu em 2003 por causa da crise financeira -não serão exibidos 14
programas inéditos como em 2002.
Dificuldades
Com R$ 19 milhões
bloqueados pelo governo, as produções
estão sofrendo. No "Bem Brasil" e no
"Ensaio", por exemplo, equipamentos
de som estão obsoletos, segundo Pedro
Vieira, coordenador dos musicais. Os cenógrafos do "Vitrine", que está parado, e
do "Zoom" não têm material para trabalhar. "Planeta Terra" e "Nossa Língua
Portuguesa" também dependem do dinheiro do Estado para continuar.
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