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MERA SEMELHANÇA
Humorista da "Turma do Didi", da Globo, fala sobre Kléber Bambam, Tadeu Melo e Jacaré
Aragão diz que nova trupe não pode ser comparada aos velhos Trapalhões
FREE LANCE PARA A FOLHA
DIDI Mocó continua o mesmo...
mas sua turma é bem diferente daquela que marcou a memória dos fãs dos
"Trapalhões". O grupo dos "insubstituíveis", como o próprio Renato Aragão
proclama Zacarias (1934-1990), Mussum
(1942-1994) e Dedé Santana, permanece
vivo na lembrança e também em certa
analogia com o novo time do programa
"A Turma do Didi", da Globo, formado
pelo ator Tadeu Melo, pelo dançarino Jacaré, do grupo É o Tchan, e pelo ex-"Big
Brother" Kléber Bambam.
Mas, de acordo com Renato, as semelhanças não são propositais. "Não se pode comparar, ninguém tem o direito de
substituir os que já se foram, inclusive o
Tião Macalé (1926-1993), que eu também
considero um "Trapalhão"."
Mesmo assim, Tadeu Melo, 37, que ficou conhecido ao interpretar o mordomo Venâncio, na novela "Porto dos Milagres" (2001), remete o telespectador à
inesquecível voz e gargalhada do velho
Zacarias. "Não imito porque o trabalho
de um ator é como caligrafia, não dá pra
copiar", diz Tadeu. "Há semelhanças na
voz, mas acho que o que sobra dele em
mim é a pureza", afirma ele, único do novo grupo que é ator profissional. "No começo eles seguiam o texto ao pé da letra e
ficavam preocupados", relembra o ator.
"Mas agora estão mais relaxados e já começam até a improvisar", diz, em tom de
elogio, sobre os novos companheiros de
programa.
Renato Aragão concorda: "No começo
foi difícil". E explica as mudanças. "A
Globo disse que eu já estava com a mesma turma havia quatro anos, que meu
programa era uma sitcom e que tinha
que ser reformulado. Com isso, o André
Segatti e a Vanessa Bueno foram fazer
novelas e o Elieser Mota foi pro "Zorra
Total". Quando vi o É o Tchan no programa, achei o Jacaré simpático e pensei que
precisávamos de uma pessoa negra."
A associação de Jacaré a Mussum realmente é automática; o dançarino, que está fazendo aulas particulares de interpretação e tornou-se fã da Estação Primeira
de Mangueira justamente por ter Mussum como ídolo, diz que é associado a ele
pelo fato de ambos serem negros. "Mas
não me inspiro em ninguém, busco ser
eu mesmo e ter identidade própria", afirma, acrescentando que não pode perder
a chance que está tendo.
Em alguns esquetes do programa, o lugar antes ocupado por Dedé Santana, 62,
sobrou para o ex-"Big Brother" Kléber
Bambam. Ao contrário de Dedé, que hoje, fora da TV, percorre o país fazendo
shows e palestras evangélicas, Bambam
pouco fala em cena. Renato diz que é
preciso ter "muita paciência" com o novo colega. "Há pouco tempo, acabou um
programa chamado "Big Brother Brasil",
e a Globo disse que tinha lá o Bambam,
que estava contratado mas não tinha lugar. Perguntaram se dava pra colocar no
programa, que depois a gente ajeitava.
Ele não tem recurso artístico, mas é carismático com as crianças. E nós estamos
tendo paciência", afirma o humorista.
Felicíssimo com a chance e assessorado por Marlene Mattos, Kléber, que ganhou R$ 500 mil no "reality show", mas
ainda se preocupa com a conta de seu celular, sonha com uma vaga de apresentador de programa infanto-juvenil. Está
ansioso com a possibilidade de trabalhar
com seu ídolo maior: "Pode ser que eu
faça o "Xuxa para Baixinhos" e o "Xuxa e
os Duendes 2", mas a Marlene ainda está
vendo isso".
Depois de um período de tristeza, no
início dos anos 90, quando se limitou a
fazer especiais e o seriado "Os Trapalhões" em Portugal, para a CIC, ao lado
do Sargento Pincel (Roberto Guilherme)
e de Dedé, Renato Aragão diz que agora
está feliz. "Mesmo nesse horário de
12h30, que não é bom, damos picos de 20
pontos de audiência, com média de 16 a
18. Mas esse programa não é o novo "Os
Trapalhões", quem me dera! Aquelas
pessoas têm personalidade própria e não
podem ser comparadas a ninguém." (FERNANDA DANNEMANN)
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