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"BUZZINA MTV"
Novo programa estréia amanhã com participação do público
Cazé promete anarquia
Kelly Fuzaro/MTV
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Cazé no cenário da nova atração da MTV |
FERNANDA DANNEMANN
DA REPORTAGEM LOCAL
ESTRÉIA amanhã, às 20h, ao vivo, o
"Buzzina MTV", novo programa do
VJ Cazé Peçanha, 35. Improviso, escracho e matérias feitas em todo o país por
pessoas que queiram participar são a
aposta da emissora. Para Cazé, "o caráter
anárquico dá tesão".
Como vai ser o "Buzzina"?
Vamos do besteirol aos temas de grande impacto, como a guerra contra o Iraque. A idéia é provocar o telespectador.
Podemos fazer enquetes, esquetes, entrevistas por telefone, trocas de figurino,
ter convidados. O caráter anárquico dá
tesão. Fizemos uma parceria com a Associação Brasileira de Televisão Universitária, e estudantes do país inteiro poderão fazer matérias pautadas por nós. E,
através do site da MTV, qualquer pessoa
pode se inscrever e mandar matérias via
vídeo ou ao vivo, pelo celular.
Como ser escrachado sem errar na mão?
Muita gente me diz que consigo zoar as
pessoas sem que elas fiquem mal. Mas a
gente pode errar. Lembro de uma situação no "VJ por Um Dia", quando demorei a perceber que a garota que eu zoava
estava incomodada. Cheguei perto e percebi. Recuei e dei uma acolhida nela.
Quando acontece me sinto péssimo. As
pessoas têm diferentes níveis de tolerância.
Ter trabalhado dois anos na TV Globo
tornou você mais conhecido?
Nas classes mais populares sim, mas
continuei sendo o Cazé da MTV.
Seu cartaz aumentou na MTV?
Aumentou, mas a volta foi difícil. A
reação do público era uma incógnita:
quem sai da MTV pode ser visto como se
tivesse sido contaminado por outra marca. Mas não perdi minha identidade.
Talvez por isso não tenha dado certo?
Muita gente gostou do "Sociedade
Anônima", mas isso não foi suficiente
pra concorrer com o Silvio Santos. Então
fui para o "Fantástico". Lá, acho que os
problemas foram editoriais mesmo, porque eu entrava com 30 e saía com 33
pontos. [Cada ponto equivale a 47 mil
domicílios na Grande SP]. No fim do
meu contrato, fiz o Ronaldo Caiado -líder da UDR, extremamente conservador
e associado a questões ecológicas de maneira negativa- plantar uma árvore no
jardim do Congresso Nacional. Foi um
feito histórico e não foi ao ar. Ridículo!
E por que não foi ao ar?
Ah, não sei, aí tem que perguntar pro
[Carlos Henrique] Schroder [diretor da
Central Globo de Jornalismo]. O pessoal
do "Fantástico" adorava, mas a coisa parava nele. Conversei com ele quando o
quadro estava em desenvolvimento, e ele
não sabia se seria positivo. Alegava temer
melindrar fontes do "Jornal Nacional".
Hoje você pensaria duas vezes, diante
de um convite?
Não tenho o menor interesse em sair.
Quando saí, foi pelo sonho de trabalhar
com o "Casseta & Planeta" e pela possibilidade de alcançar um público bem
maior. Mas não foi isso o que aconteceu.
Participei de pesquisas de público na
Globo e vi que a marca da MTV é muito
forte. Tenho uma exposição muito
maior na mídia aqui. Na MTV faço mais
anúncios e ainda ganho mais dinheiro
do que na Globo. Não tenho mais por
que arriscar.
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