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'CHANCHADA BESTIAL'
Desesperados tiram Mallandro do limbo
RODRIGO DIONISIO
DA REPORTAGEM LOCAL
IMAGINE UM "reality show" reunindo personagens típicos de programas humorísticos. Não precisa imaginar, isso existe. "Casa dos Desesperados", quadro do "Festa do Mallandro",
da Gazeta, satiriza programas como "Big
Brother" e "Casa dos Artistas".
"Trash" do "trash", a pantomima, da
qual sutileza e bom gosto passam longe,
chega a dobrar a audiência quando entra
no ar e dá picos de dez pontos no Ibope,
colocando Sérgio Mallandro em terceiro
ou segundo lugar na audiência. "Me param na rua para comentar, falar que estão vendo. Nunca tinha visto coisa igual,
é um sucesso", diz o apresentador.
Em um apartamento minúsculo "equipado" com uma piscina de plástico, um
gay afetado, um travesti, um obeso comilão, uma garota de programa (que dá seu
telefone de contato no ar), um anão, um
valentão (o "bad boy"), um gago, uma
fofoqueira, um sósia de Tim Maia, um japonês e uma loira sensual (?) disputam o
prêmio de R$ 1.000 e uma cesta básica.
"Tive a idéia assistindo a esses programas, "Casa dos Artistas", "Big Brother", e
percebendo que nas ruas só se falava neles. Então resolvi fazer uma coisa dentro
da minha realidade", afirma Mallandro.
Além de concorrer ao prêmio final, cada candidato recebe uma "ajuda de custo" de R$ 60 por dia de participação.
Apesar de as situações do quadro parecerem excessivas, irreais até, Mallandro e
o diretor do programa, José de Almeida,
juram que nada é combinado.
"A gente não manda ninguém fazer
nada, não há texto. Mas eu dou umas cutucadas. Chego no "bad boy" por exemplo e falo: "Pô, você tá quieto hoje, não arrumou confusão com ninguém. Vai lá, se
solta, meu irmão'", diz o apresentador.
As escolha dos integrantes da "Casa
dos Desesperados" foi aleatória, segundo o diretor. "Nós pensamos em alguns
perfis e saímos procurando. Sempre tinha alguém com um amigo que se encaixava e estava sem emprego", afirma Almeida. Aliás, esse seria o principal ponto
em comum entre os participantes das
duas edições: pessoas sem ocupação fixa
dispostas a ganhar algum dinheiro e a
aparecer na TV.
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