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Xuxa diz que seu novo programa infantil, que estréia amanhã na Globo, será educativo, mas evita comentar o incentivo ao consumismo, à violência e à erotização precoce nas crianças
Mais do mesmo
MARCELO BORTOLOTI
FREE-LANCE PARA A FOLHA
A partir de amanhã, entra no ar
na Rede Globo "Xuxa no Mundo da
Imaginação", novo programa da apresentadora Xuxa Meneghel destinado ao
público infantil. Dirigida por Roberto
Talma, a atração será exibida às 9h30 e,
em princípio, com duração de 40 minutos. Agora sem a companhia da diretora
Marlene Mattos, com quem trabalhou
por duas décadas, Xuxa diz que vai investir numa linha educativa. Mas, a
exemplo do que fazia quando era assessorada por Marlene, a apresentadora evitou as perguntas polêmicas, tanto na coletiva de lançamento do programa quanto nas respostas por e-mail que enviou
ao TV Folha. Ela evitou falar sobre o incentivo dos programas infantis ao consumismo nas crianças e sobre com que
idade ela gostaria que a filha Sasha, 4, começasse a se interessar por namorados.
Também não quis comentar as diferenças entre trabalhar para o público infantil e para o jovem. Na coletiva, ela já entrou na defensiva: "Espero que vocês me
respeitem por tudo que eu já fiz na TV".
Você começou trabalhando com crianças, depois passou por outras etapas, e
agora está retornando...
Tem 20 anos que trabalho com criança.
E nunca deixei de trabalhar, parei foi de
fazer um programa diário. Há dois anos,
comecei um programa semanal, e todo
mundo sabe o que aconteceu, o programa pegou fogo, e tal. Desde então, eu já
estava trabalhando no projeto "Xuxa Só
Para Baixinhos 1". Ou seja, não parei de
trabalhar para criança nem mesmo nesta
época sem o programa diário.
Fiz o filme "Xuxa e os Duendes", que
foi um recorde de bilheteria, para crianças, e o "Xuxa e os Duendes 2", que vai
ser lançado agora.
De que forma você pretende conduzir
este novo programa?
Se eu pudesse resumir numa palavra,
eu gostaria de fazer uma revista para
criança na televisão que tivesse cara de livro. Ao contrário de como era nos programas infantis que fazia, em que eu aparecia o tempo todo, agora é a criança que
vai aparecer. A minha voz vai estar ali, eu
vou estar presente, mas sem necessariamente ser a capa da revista.
É verdade que passaram oito diretores
pelo programa até sua formatação final?
Houve algum problema na aprovação do
projeto junto à Rede Globo?
Não houve dificuldade nenhuma, ao
contrário, a Globo tem me ajudado em
absolutamente tudo. O que houve sim, e
que todo mundo sabe, é que, como eu
sou muito metida e sei o que quero, bati
o pé em algumas coisas, como por exemplo câmeras que achei que iriam ajudar
nas externas. Mas eles me deram os melhores profissionais.
O Mário Lúcio [diretor da Central Globo de Qualidade] e a Marluce [Dias, diretora-geral da emissora] disseram que, se
este era meu sonho, era o sonho da Rede
Globo também, o que eu quisesse eles
também queriam, estas foram as palavras. E se algumas pessoas vieram e não
sonharam junto, elas saíram. Não que tenham atrapalhado, elas não sonharam
junto comigo e saíram. E outras saíram
porque tinham outras coisas para fazer.
Não dá uma insegurança em fazer algo
sem a Marlene Mattos?
Eu não estou insegura.
O programa terá um caráter educativo?
Estamos fazendo um trabalho de pesquisa em livros e temos profissionais que
já estão nos ajudando. Mas, como eu não
sou pedagoga, não estou preparada e
nem tenho possibilidade de ensinar às
crianças, na hora do a, b e c, quem estará
fazendo isso serão os bonecos. Então, o
que eu posso fazer é dizer o que gostaria
de ver no programa, e, através de orientações de profissionais, eles avaliam a
linguagem. Vamos brincar e aprender.
Como você responde aos críticos que
acham que você incentiva a erotização
precoce nas crianças?
Qual crítico pode ter falado isso? Acho
que ele não conhece o meu trabalho.
Como você avalia os estudos que apontam relação entre desenhos animados e
comportamento violento das crianças?
O programa não terá desenhos por enquanto. Mas acho que, mais do que os
desenhos, a violência está na TV como
um todo. Programas mostram tudo isso.
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