LUÍS PEREZ
EDITOR-ASSISTENTE DE VEÍCULOS E CONSTRUÇÃO

Aviso aos que receberam até ontem a primeira parcela do décimo terceiro: um dos melhores investimentos é colocar em dia a manutenção preventiva de seu carro.
"Não deixa de ser um investimento, pois a pessoa está conservando o seu patrimônio. A manutenção preventiva é simples e barata. A corretiva é complexa e cara", define Ricardo Del Bianco, 36, gerente de operações da rede Precision Tune Auto Care.
Segundo ele, um dos itens que mais dão despesa é o filtro de combustível. Para não gastar R$ 30, o dono do veículo pode ter de desembolsar R$ 500 para reparar todo o conjunto.
Del Bianco esbraveja: "Brasileiro não lê manual. Tudo está ali. O consumidor não segue, faz vista grossa e aí já é tarde. Depois, fala que manutenção é cara".

Sem riscos
Isso é verdade não só quando se despreza a manutenção preventiva, mas também quando se "herda" o problema. Foi o que aconteceu com a arquiteta Lidia Guimarães, 42, que há quatro anos, por estar em dificuldades financeiras, trocou sua picape Fiat Fiorino 97 seminova por um Uno 91.
"Além de não andar direito, deu despesas demais. Gastei muito mais do que se tivesse ficado com o carro novo", conta. Hoje ela não abre mão de manter sua Strada 2001 sempre em dia. "Gasto uns R$ 100 por mês, em média, só de manutenção. Não corro riscos."
Medo de ser enganado por mecânicos de má-fé é outro fator que contribui para a "economia boba". "Geralmente, a pessoa já chega com aquilo [o serviço a ser executado] na cabeça. Adotei o seguinte sistema: só dou garantia se fizer tudo", afirma Antonio João de Almeira Junior, 48, mecânico e dono da oficina Gride, do Ipiranga (zona sul de São Paulo).
"Não troco pastilha sem retificar ou trocar disco. Digo: "Meu amigo, isso compromete meu nome e é perigoso". Depois, num acidente, vai jogar a culpa em mim. Nunca vai admitir que pediu para fazer um serviço meia-boca."


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