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MERCADO
Crescimento nas vendas em 2004 é de 26,6% em relação ao ano passado; falta produto, e espera chega a 3 meses
Safra recorde puxa venda de caminhões
DA REDAÇÃO
É como uma bola de neve. A safra agrícola recorde no primeiro
semestre permitiu mais contratações no campo. Com mais dinheiro, as pessoas no interior do Brasil
passaram a consumir mais. Para
abastecer o mercado, as empresas
de transporte compraram mais
caminhões, que passaram a carregar de soja a televisores, de cana-de-açúcar a telefones celulares. Isso num país que basicamente só
usa o transporte rodoviário.
Segundo a Anfavea (Associação
Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), entre janeiro
e agosto, foram vendidos 55.378
caminhões, 26,6% a mais que no
mesmo período de 2003. Até dezembro, as montadoras esperam
somar cerca de 75 mil unidades.
"Este ano tem sido acima das expectativas", afirma Gilson Mansur, diretor de vendas do mercado
interno da Mercedes-Benz.
E a bola de neve se repete: esse
crescimento aumenta o interesse
das fábricas. Amanhã, a Volkswagen inicia o segundo turno na
planta de Resende (RJ), a única do
mundo a produzir caminhões. A
Iveco passou a fazer caminhões
médios e pesados em Sete Lagoas
(MG), onde só montava furgões.
Conquista
Conquistar um comprador de
caminhão não é tão fácil quanto
atrair alguém interessado em carros. Até porque, em geral, a compra não é de apenas uma unidade,
mas de dezenas. "O vendedor observa o cliente, analisa a configuração que ele precisa", diz Ricardo Alouche, gerente executivo de
vendas nacionais da VW.
Em 60 dias, ele desenvolveu um
novo caminhão a pedido de um
cliente -que agora está disponível para quem quiser. "O mercado tem falta de produtos", reconhece Flávio Padovan, diretor de
operações de caminhões da Ford.
Até o produto ser configurado do
jeito que quer, o consumidor pode ter de esperar até três meses.
De olho nesse mercado "configurável", a Mercedes-Benz lançou, há duas semanas, o Atego.
Seu diferencial é a flexibilidade:
são três cabines (standard, estendida e leito) e quatro variações de
entreeixos. Ele obedece às normas
de emissão de poluentes e de ruídos que entrarão em vigor em
2006 e 2007, respectivamente.
A preocupação com o ambiente
começou há cerca de uma década,
com o lançamento dos motores
eletrônicos. A Volvo, uma das
pioneiras da tecnologia, agora investe em logística para seus clientes. "O computador de bordo
propicia baixar os dados operacionais do veículo", conta Bernardo Fedalto Júnior, gerente de vendas de caminhões pesados da empresa. Por satélite, é possível saber
onde está cada parte de uma frota.
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