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São Paulo, domingo, 04 de maio de 2003

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TRÂNSITO

No ano passado, foram rebocados 12.880 carros em SP, contra 4.486 em 2001; guincho custa R$ 329,65 para infrator

Guinchamentos quase triplicam em 1 ano

Fernando Moraes/Folha Imagem
O funcionário público Anisio Jesus Fernandes exibe os R$ 1.000 que levou para liberar seu carro


JULIANA GARÇON
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Redobre o cuidado com as placas de proibido estacionar: o número de apreensões feitas pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) em 2002 quase triplicou em relação a 2001, quando a companhia guinchou 4.486 veículos, pouco mais que os 4.007 removidos em 2000. No ano passado, quando a prefeitura mudou a forma de contratação de guinchos, foram rebocados 12.880.
Até março de 2002, havia na cidade 15 guinchos para remover veículos estacionados irregularmente. Cada um custava à prefeitura, mensalmente, R$ 6.000, pagos a uma empresa fornecedora.
Em abril, com o novo contrato, foram colocados à disposição 39 guinchos, e a forma de remuneração mudou: a Marthas Serviços Gerais, que presta serviço à prefeitura, recebe por carro removido.
Para liberar um veículo guinchado pela CET em São Paulo, o motorista desembolsa R$ 329,65 pela taxa de remoção, R$ 16,22 pela diária no pátio e uma taxa bancária de R$ 1,28. Da taxa de remoção, que também contribui para cobrir custos da CET, R$ 194 vão para a contratada, que fica também com R$ 16 da taxa de estadia.
O gerente de suporte da CET, Luiz Pavão, no entanto, ressalta que a empresa, mesmo beneficiária do aumento de apreensões, não participa de decisões sobre quando ou onde guinchar. "Não há nenhuma ingerência da contratada. A iniciativa da remoção se dá pela autoridade de trânsito, mediante supervisão da CET."

Reboque caro
Para o motorista infrator, o guincho da CET sai muito mais caro que qualquer reboque realizado na cidade. O valor cobrado pela prefeitura supera o dobro do preço do serviço de guincho das empresas consultadas pela Folha.
Líder no setor, a Cafú, que usa plataforma hidráulica, faz longas distâncias, como uma viagem da zona leste à oeste -onde está o pátio da CET-, por R$ 140. A Trovão Azul cobra R$ 80, a S.R. Assistência, R$ 90, e a Auto Socorro Mandaqui, R$ 100.
Além da taxa de remoção, o motorista infrator terá de enfrentar outros percalços para liberar o carro. É preciso quitar à vista as multas pendentes e impostos atrasados (licenciamento, IPVA).
A cada noite no pátio, são cobrados mais R$ 16,22. Isso sem contar o inconveniente de ir ao Detran (Departamento Estadual de Trânsito), onde fica o posto da CET, a possibilidade de enfrentar filas -sextas e segundas-feiras costumam ser os dias mais complicados- e a dificuldade de obter informações precisas sobre as formas de pagamento.



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