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picape - média
Flexível, S10 tem venda fácil no interior
DA REPORTAGEM LOCAL
Quando a Chevrolet, em
2006, decidiu investir para valer nas picapes médias bicombustíveis, muitos disseram que
seria um tiro no pé. No auge do
sucesso da Toyota Hilux, o
mercado era dominado pelo
trio cabine dupla-diesel-4x4.
Hoje, essas picapes ainda são
maioria. Nos concorrentes.
A S10 2.4 Flexpower representou 70% das 3.195 unidades
emplacadas em agosto. Mesmo
tendo apenas a opção de tração
4x2 -a 4x4 só está disponível
para a versão a diesel.
É a prova de que, na ponta do
lápis, esse combustível dificilmente se paga: a diferença de
preço de 25% entre elas não se
converte em economia de combustível, além de o seguro da a
diesel ser mais caro.
Ainda mais no interior de São
Paulo e no noroeste do Paraná,
locais onde o preço do álcool é
mais baixo. É também a região
de maior concentração de agronegócios do país e, portanto, o
principal mercado para a S10.
"Por isso a importância de
termos 559 autorizadas espalhadas pelo Brasil, muitas delas
nessas regiões", diz Hermann
Mahnke, gerente de marketing
do produto da General Motors.
O motor bicombustível e a
rede de revendas foram os principais trunfos da Chevrolet para frear o avanço da Hilux, que,
por ser mais sofisticada, sempre foi mais cara -e a diesel.
Não é à toa que a Toyota já
prepara uma versão flexível para 2009, a ser lançada junto
com o primeiro "face-lift" da
Hilux após três anos. Não só
freou como deixou a rival fabricada na Argentina para trás.
Nos primeiros oito meses
deste ano, foram vendidas
20.715 S10 contra 14.001 Hilux.
A liderança é folgada, com
32,1% de participação no segmento, segundo dados da Fenabrave (federação das concessionárias); a Hilux tem 22%.
Etílica
Na dúvida, o empresário Luiz
Antônio Bueno, 55, comprou as
duas. Dono de uma rede de postos de gasolina no sul de Minas
Gerais, conta que viaja muito
com as picapes. Ele diz preferi-las porque são altas, têm a suspensão resistente e não precisam de cuidados ao rodar como
os carros de passeio.
"O diesel só é vantajoso para
quem roda, em média, 150 km
por dia ou para quem já tem estoque de óleo na fazenda", analisa o empresário, que prefere a
Hilux para visitar sua fazenda,
em Santo Antônio do Pinhal
(161 km a noroeste da capital).
Ou para quem não abre mão
do silêncio do motor abastecido com gasolina. Com álcool, o
2.4 fica mais áspero, mas ganha
muito em desempenho. De
acordo com o teste Folha-Mauá, a S10 vai de 0 a 100 km/h
em 12,90s. Com gasolina, leva
14,78s. Empata, por exemplo,
com o Chevrolet Classic 1.0.
Na retomada, a diferença entre o carro abastecido com álcool e com gasolina é ainda
maior. Para ir de 100 km/h a
140 km/h, são 25,09s e 28,90s,
respectivamente. Isso para
quem está disposto a despejar
uma média de 5,7 km/l de álcool em trechos urbanos.
(FABIANO SEVERO)
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