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MARKETING
Com restaurantes, butiques e museus, fábricas tentam se aproximar dos clientes, fixar a marca e, claro, faturar
Comida e roupa viram isca de motorista
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O letreiro leva o logotipo da Renault, e o cliente pede sorvete de chocolate com chantilly. No Harley-Davidson, a opção é um frango com limão, alho e especiarias,
acompanhado de purê de batatas.
A jaqueta é tão cara quanto uma
Armani ou Prada, mas sua etiqueta é Ferrari, comprada enquanto o vôo que decolará do aeroporto de
Bolonha (Itália) está atrasado.
Principalmente fora do Brasil,
as montadoras emprestam seu
nome para quase todos os tipos
de atividade. A meta é estar sempre presente para potenciais consumidores de seus veículos. Por
aqui, o mais próximo dessa realidade estrangeira é a Volkswagen Haus, inaugurada em maio.
"A idéia é mostrar tudo o que a
Volkswagen tem de excelência,
num lugar superadequado [a avenida Cidade Jardim, nos Jardins]", resume José Roberto Bizutti, gerente de promoção, merchandising e eventos da montadora. Mas não é só isso.
Estão expostos -e à venda-
todos os modelos da marca, incluindo os inéditos Touareg e
Phaeton. Ainda são realizados
eventos e exposições, como a que
envolveu o estúdio de design da
fábrica. "Em novembro, vamos
abrir um café", diz Bizutti, que informa a intenção de ter a VW Haus em outras cidades.
São Paulo já teve semelhante experiência. O Alfa Romeo Studio
funcionou em 2002 na rua Oscar
Freire -onde hoje é o espaço Hotel Lycra. Além de exibir as "macchinas", havia eventos culturais,
como exposição de obras criadas
com peças de ferros-velhos.
Turismo
Numa das mais caras avenidas
do mundo, as fábricas miram o
dinheiro -e o estômago- dos
turistas. Na Champs-Elysées (Paris), a Renault tem seu Atelier; a Citroën empresta o nome a uma
cadeia de restaurante. A Peugeot
narra sua história no Avenue.
Segundo a Peugeot, a idéia foi
usar uma identificação com a
marca para aproximar o público e
a montadora fora do contexto comercial. A evolução gráfica do
leão, protótipos e números da
empresa parecem ter agradado:
depois da capital francesa, a alemã ganhou um Avenue. Em Berlim, foi criado o Café de France.
A Citroën vai recuperar o número 42 da Champs-Elysées para
transformá-lo em centro de exposições. Contratou a arquiteta Manuelle Gautrand, que planejou setes plataformas giratórias sobrepostas para apresentar a história
da companhia e seus carros.
A Renault usa o espaço do Atelier para mostrar seus mais recentes lançamentos -até 11 de janeiro, estará exposta a nova família Mégane. Apostando na culinária,
oferece também bar e restaurante,
onde uma garrafa de vinho tinto
atinge os 69 (cerca de R$ 240).
América
Do outro lado do Atlântico,
uma moto de 8,53 m de altura e
6.180 kg dá as boas-vindas a quem
entra no Harley-Davidson Café,
em Las Vegas (EUA). Situado entre os principais cassinos, o restaurante exibe 15 motocicletas
-há as que pertenceram a Elvis
Presley e Billy Joel.
Nas cercanias de Detroit, o
Henry Ford Museum reúne, além
de carros, "os artigos que deram
forma à América". De fato, o visitante encontra de mobília norte-americana ao Lincoln Continental 61 em que estava John Kennedy quando foi assassinado, em
63.
(JOSÉ AUGUSTO AMORIM)
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