São Paulo, domingo, 13 de junho de 2004 |
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ESPORTIVOS Modelo da Audi, de R$ 465,8 mil, chega a 200 km/h no mesmo tempo em que um "popular" atinge a metade RS6 precisa só de 4,9s para ir a 100 km/h
JOSÉ AUGUSTO AMORIM FREE-LANCE PARA A FOLHA Ainda não foi dessa vez que a Audi RS4 perdeu o posto de carro mais rápido entre os que passaram pelo teste Folha-Mauá. Mas isso não significa que seu sucessor, o RS6, tenha feito feio. Em 2001, a perua levou 4,71s para chegar aos 100 km/h. O RS6 precisou de 4,88s. Ele é considerado um dos sedãs mais rápidos do mundo, mas a Mercedes-Benz diz que seu E 55 AMG faz em 4,7s -o carro da marca estrelada nunca passou pela pista de testes. Pode soar estranho, mas a perua foi, em parte, substituída por um sedã. A família RS ganhou, pela primeira vez, dois tipos de carroceria. Além disso, o uso de câmbio automático -com trocas manuais no volante- também é inédito. O conforto só é atrapalhado pela suspensão, dura demais para uma esburacada São Paulo. Mas o motor compensa qualquer outro defeito que o mais exigente motorista consiga enxergar. O RS6 é o primeiro modelo de série a ser equipado com um V8 (oito cilindros em "V") biturbo. Produzido artesanalmente, o propulsor entrega nada menos que 450 cavalos e 57,1 kgfm. Mais do que um Ferrari 360 Modena (400 cv). Comparações Vamos trazer esses números ao mundo real. Um Fiat Palio tem 65 cv e 9,1 kgfm. O "popular" leva 17,63s para seu velocímetro mostrar 100 km/h, tempo em que o RS6 está quase a 200 km/h. Mais especificamente são 18,94s. Os engenheiros germânicos limitaram a velocidade a 250 km/h, marca conquistada em 34,65s. Mas o RS6 não é rápido só na aceleração. Ele também vai muito bem nas retomadas. Entre 40 e 80 km/h, são 3,72s -o Palio leva 14,28s, e o Toyota Corolla 1.8, 6,01s. A retomada mais lenta acontece em 6,94s, tempo em que o sedã vai de 40 a 120 km/h. Para deixar de galopar e começar a cavalgar, o RS6 conta com freios derivados dos usados em competição -a chuva impediu a realização do teste de frenagem. O ESP (controle de estabilidade) é o mais moderno da Audi, e a suspensão DRC (Dynamic Ride Control) mantém o carro nivelado ao solo mesmo em curvas. A tração é permanente nas quatro rodas. Visual O desenho vem do A6, mas com algumas peculiaridades. Na dianteira, são três as entradas de ar: a central se encarrega de refrigerar óleo e água, e as laterais, os intercoolers. Um spoiler mantém o carro mais "preso" ao solo. Alumínio fosco dá o tom a retrovisores externos, moldura do radiador e contorno dos vidros. Sob o capô, mais diferenças. O motor ganhou uma cobertura de fibra de carbono, também usada na capa do filtro de ar. A bateria foi para o porta-malas para melhorar a distribuição do peso. Atrás, um discreto aerofólio e duas saídas de escapamento cromado marcam o anabolizado A6. Por dentro, os bancos de couro Recaro são bordados com o logotipo do RS6. Aliás, o modelo não cansa de se gabar do pedigree: o símbolo está no volante, no conta-giros, nas soleiras, na grade do radiador, nos freios e na traseira. Ficou com vontade? Até agora, 21 brasileiros tiveram dinheiro suficiente para comprar o carro, à venda no país desde agosto de 2003 -ainda há sete unidades disponíveis. O sedã custa R$ 465,8 mil. A perua sai por R$ 479,3 mil. Sorte de quem esteve, dois anos atrás, no Salão de São Paulo, onde a máquina estava à mostra. Próximo Texto: Ficha técnica: Audi RS6 Índice |
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