São Paulo, domingo, 18 de abril de 2004

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Além da lama

Divulgação
Freelander durante circuito "off-road"


Com desenho arredondado, Land Rover Freelander tenta seduzir os usuários urbanos

ARMANDO PEREIRA FILHO
ENVIADO ESPECIAL A PORTO ALEGRE

Pense num Land Rover. Não dá para não imaginar um carro robusto, porém quadrado, sem luxo e enlameado, feito para jipeiros sem frescura. É verdade, mas não toda ela. A marca quer deixar de ser só da lama, ganhar o asfalto e crescer em luxo. E para isso conta com o novo Freelander.
A empresa de origem britânica já dispõe, desde os anos 70, de modelos sofisticados, como o Range Rover, mas, no imaginário do consumidor, é muito forte a imagem do Defender, seu modelo pau-para-toda-obra.
Por isso o esforço da marca em frisar as características urbanas do lançamento que chega nesta semana às revendas no Brasil: o Freelander, um utilitário esportivo compacto, com tração nas quatro rodas, que pretende enfrentar buracos com requinte.
O veículo, que foi lançado no exterior em 1997, chegou no final do ano passado ao Brasil em sua forma antiga. Vendeu as 117 unidades importadas e agora volta reestilizado conforme as mudanças adotadas na linha mundial.
O desenho está mais arredondado, a grade frontal mudou e há até uma inédita (para o mercado brasileiro) versão duas portas, com capota rígida removível.
O carro é vendido com apelo de uso múltiplo, para o trabalho e para o lazer, mas o foco principal, segundo o diretor-geral da Land Rover Brasil, John Peart, é o uso urbano.

Público-alvo
Para Sergio Varella, gerente de marketing da empresa, o objetivo é atingir compradores que valorizem sofisticação e espírito de liberdade. O público-alvo são casais, famílias jovens e modernas, que possam pagar de R$ 121 mil (versão SE) a R$ 135 mil (HSE). A maioria dos clientes nunca teve um jipe antes nem deve colocar seu carro em barro pesado. Vão aproveitá-lo para ter mais estabilidade no asfalto e chegar bem ao sítio.
Diferentemente do que ocorre no exterior, o Freelander no Brasil terá só a versão V6 (seis cilindros em "V") a gasolina. Não haverá motor a diesel porque a lei brasileira exige, para isso, que o veículo tenha capacidade de carga de mil quilos ou possua uma marcha reduzida, condições a que o novo carro não atende. No lugar da reduzida, ele traz a tecnologia HDC (Hill Descent Control ou controle de descida em ladeiras).
Com a primeira ou a ré engatada e sem pressionar nem acelerador nem freio, o HDC entra em ação e freia automaticamente o carro durante descidas, limitando a velocidade a 9 km/h no máximo.
A altura em relação ao solo é de 18,6 cm. O ângulo de entrada e saída (capacidade de passar em depressões sem raspar o fundo) é de 30,5 e 33, respectivamente.
Conforme a montadora, a velocidade máxima é de 181 km/h, o consumo na cidade chega a 5,8 km/l e na estrada, a 10,3 km/l. Acelera de 0 a 100 km/h em 10,1s.
Em pista de asfalto, o Freelander se porta com estabilidade, mesmo em curvas a 130 km/h. Em terreno difícil, com buracos, lama e água, a suspensão absorve bem os choques, oferecendo conforto considerável nessa situação.

Sem regulagem
A posição de dirigir é alta, o que agrada a muitos clientes, mas o banco do motorista não tem regulagem de altura.
Apesar de o volante ser ajustável, a visão dos instrumentos pode ser prejudicada. O porta-luvas é pequeno. Os carros chegam nesta semana às revendas, mas o primeiro lote já foi todo vendido.
Seus concorrentes são Honda CR-V (R$ 119.756), Kia Sorento (R$ 149.900), Mitsubishi Pajero Sport (R$ 136.490), Nissan Xterra (R$ 102.900) e Toyota RAV4 (R$ 105.912).

Armando Pereira Filho, editor-assistente de Veículos e Construção, viajou a convite da Land Rover


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