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"INTERMEDIÁRIOS"
Eles são produzidos na mesma fábrica no RJ e compartilham o motor 1.4; Peugeot é mais econômico
Mais barato e rápido, 206 bate o "primo" C3
JOSÉ AUGUSTO AMORIM
FREE-LANCE PARA A FOLHA
No Brasil, motores 1.0 sempre caracterizaram modelos compactos.
Porém, após sucessivas alterações no
IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), o quadro está
mudando, e começam a pipocar
as motorizações intermediárias
1.3 e 1.4. A mais recente novidade
é o Peugeot 206, que compartilha
o propulsor 1.4 com o Citroën C3.
"O 1.0 16V não é bom na cidade
porque não tem torque [força] em
baixa rotação", defende Bruno
Grundeler, presidente da Peugeot
do Brasil. O "popular" oferece
9,3 kgfm a 4.200 rpm, enquanto
no 1.4 são 12,0 kgfm a 2.800 rpm.
Os valores de potência são próximos: respectivamente 70 cv e
75 cv, ambos a 5.500 rpm.
A idéia da montadora é mesmo
aniquilar o 1.0, que é produzido
pela Renault. Reduziu de cinco
para uma as versões e quer que as
vendas sejam igualmente divididas entre 1.0, 1.4 e 1.6 -hoje, os
"populares" somam 70%. Na Citroën, o 1.4 tem participação ainda tímida: em 2003, apenas 8,6%
dos C3 tinham esse motor.
Na pista
O teste Folha-Mauá mostra que
esse propulsor -que será feito no
Brasil no segundo semestre- se
dá melhor no 206. O modelo foi
melhor em três das cinco provas
de aceleração, só perdeu um teste
de retomada, é mais silencioso e
consome menos combustível.
Partindo da imobilidade, o Peugeot chega a 100 km/h em 13,89s,
enquanto o Citroën leva 14,23s.
Com motor 1.0 16V, o 206 requer
15,55s. Por outro lado, o C3 é ligeiramente mais rápido até os
60 km/h. Mas é preciso ter um pé
sensível para perceber os 0,05s.
Junto com o "face-lift" bastante
discreto, o 206 sofreu algumas alterações mecânicas. Pesquisas
apontavam a insatisfação com o
alto nível de ruídos, a suspensão
dura e o reduzido espaço traseiro
-que também é problema no C3.
Por isso a Peugeot melhorou o
encaixe das peças plásticas. Além
de mais silencioso que o "primo",
o 206 ganha de sua versão 1.0, que
registra 71 dBA a 80 km/h.
O 206 também ganhou novos
amortecedores, e a montadora
aperfeiçoou os engates do câmbio, que ficaram mais suaves também nas versões 1.0 e 1.6. As duas
primeiras marchas são mais curtas no Citroën.
Conteúdo
A Peugeot oferece duas versões
de acabamento, a Presence e a Feline (exclusivamente quatro portas); a Citroën, só a GLX. E a marca do leão cobra menos pelo 206
mais simples. São R$ 24.990, contra os R$ 28.810 do C3. Sua lista de
equipamentos de série é quase a
mesma, o que não justificaria a diferença de quase R$ 4.000.
Há direção hidráulica de série
no 206 -no C3, ela é elétrica. Os
dois trazem travas elétricas, regulagem do banco do motorista e do
volante, relógio digital, pára-choque pintado na cor do carro, controle dos faróis e vidro traseiro
com limpador. O Peugeot oferece
vidros dianteiros elétricos.
O pacote de opcionais é pobre.
A Peugeot vende, para o Presence,
ar-condicionado (R$ 2.700) ou ele
com o airbag (R$ 4.250). Outros
equipamentos são comprados
nas concessionárias. O condicionador é mais barato no C3: custa
R$ 2.210. O airbag sai por R$ 910.
Mais generoso, o Feline incorpora ar-condicionado, rodas de
liga leve, retrovisores e vidros traseiros elétricos, acendimento automático dos faróis, sensor de
chuva e computador de bordo.
Essa versão é vendida por
R$ 30.840, R$ 2.030 a mais que o
C3, mas apresenta muito mais
equipamentos.
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