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ESPORTE
Regras são desrespeitadas, e fiscalização não é eficiente; já houve dois acidentes com atletas
Atenas "esconde" trânsito caótico
DA REDAÇÃO
Quem assiste aos Jogos Olímpicos de Atenas não imagina que,
fora de estádios, campos e arenas,
os atletas precisam enfrentar um
dos piores trânsitos do mundo. A
capital grega registra a média de
70 motoqueiros mortos por mês,
enquanto São Paulo tem a metade, segundo números de 2003.
O número de policiais de trânsito triplicou durante a Olimpíada.
Mas isso não significa que os motoristas estejam mais obedientes
nem a fiscalização mais eficiente.
Na abertura (dia 13), dois policiais, com o capacete na mão, não
notaram a longa fila de carros
pois estavam atentos a uma tela
gigante que transmitia o evento.
"Essa é uma experiência única
na vida, um pouco de trânsito não
é o fim do mundo", disse um policial que não quis se identificar.
Também é comum ver motoqueiros sem capacete -ainda que haja multa de 150- e carros passando com o semáforo vermelho.
Além disso, os atenienses protestam contra as faixas exclusivas
para os carros credenciados pelo
comitê organizador. Um taxista
reclama que ele não pode entrar
na área reservada nem mesmo
para deixar um passageiro que vai
a uma competição sob o risco de
ter de pagar o equivalente a
R$ 580. Em nome da segurança,
aumentaram as restrições aos locais onde é permitido estacionar.
Toda essa confusão já causou
dois acidentes, envolvendo três
atletas. No domingo passado, o
velejador dinamarquês Niklas
Holm, 23, atropelou um homem.
"Estava dirigindo a 50 km/h. Havia muito trânsito e não tinha indicação de travessia de pedestres.
De repente, ouvi um barulho, e o
pára-brisas estava quebrado",
disse o atleta. Segundo a delegação da Dinamarca, o homem entrou na linha reservada.
O outro acidente envolve uma
"escapada" do exame de doping e
foi protagonizado pelos heróis
nacionais Kostas Kenteris, 31, e
Ekaterini Thanou, 29, medalhistas do atletismo em Sydney-2000.
Na madrugada do dia 13, a moto
deles derrapou em Glifada, zona
costeira onde jovens se reúnem
nas noites de verão. Eles ficaram
quatro dias hospitalizados.
Com agências internacionais
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