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SEDÃS
Com inovações tecnológicas e melhor desempenho aerodinâmico, E 320 se mostra mais lento que os concorrentes
Modernidade do novo Classe E custa mais de R$ 230 mil
JOSÉ AUGUSTO AMORIM
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Quem pagaria
R$ 233.688 por um
carro cujo principal
defeito é raspar em
qualquer lombada
ou valeta? Cerca de
70 pessoas já gastaram o equivalente a um apartamento de três
dormitórios em Moema (zona sul
de São Paulo) para ter um Mercedes-Benz E 320. A fábrica diz que
seus clientes procuram as novidades do setor automobilístico.
E inovações não faltam no sedã,
que chegou reestilizado às revendas há quase três meses. Qualquer
um repara nos novos faróis e lanternas. O desenho ganhou ares de
cupê, diminuindo o coeficiente
aerodinâmico de 0,27 para 0,26.
Além da motorização 5.0, de
306 cv (cavalos), há uma 3.2, de
224 cv. Testado pela Folha e pelo
IMT (Instituto Mauá de Tecnologia), o E 320 mostra outro motivo
para atrair compradores.
Quando o velocímetro -no
painel, a inspiração vem do Classe
E da década de 60, com relógio
analógico- registra os 100 km/h,
se passaram 8,77s. O número parece menor quando se nota que o
veículo tem 1.645 kg e quase cinco
metros de comprimento.
Mesmo assim, perde para os
concorrentes Audi A6 (que faz a
prova em 8,45s) e BMW 530i
(7,96s) -eles têm, respectivamente, 220 cv e 231 cv.
Nesse "duelo" de alemães, o E
320 também perde em algumas
retomadas. De 40 a 80 km/h, são
4,43s, enquanto o Audi precisa de
3,90s, e o BMW, de 3,87s. Com
uma variação maior -de 80 para
140 km/h-, os valores passam
para 10,17s, 11,06s e 8,97s.
O nível de ruído é de 66 dBA a
100 km/h -no Corsa Sedan 1.0,
por exemplo, é de 71 dBA. E esse é
apenas um dos itens que proporcionam conforto a bordo do sedã.
Há luz âmbar nas maçanetas e no
teto para passar a idéia de que
motorista e passageiros estão fora
de um automóvel.
Segurança
Herdado dos conversíveis SL, os
freios SBC (Sensotronic Brake
Control) chegam ao requinte de
secar as rodas quando chove. Dependendo da intensidade, o sistema entra em ação a cada sete ou
14 minutos. Também é dele a responsabilidade de controlar ABS
(antitravamento), ESP (controle
de estabilidade), ASR (antideslizante) e BAS (frenagem assistida).
O SBC faz com que o E 320 precise de 56,6 m para parar quando
está a 100 km/h.
Completa o sistema de segurança airbags (bolsas de ar que inflam
em batidas) de dois estágios. Os
laterais migraram das portas para
os bancos para evitar que pessoas
mais altas ou que estejam com o
banco inclinado batam na coluna.
A suspensão regula a força dos
amortecedores de acordo com a
qualidade do asfalto, o estilo de
dirigir e a carga. É um processo
semelhante ao usado no Citroën
C5. Mas a Mercedes-Benz só oferece a novidade para o E 500, enquanto o modelo francês conta
com a Hydractive 3 desde a versão
de entrada, R$ 167.518 mais barata que o E 320.
Também é uma pena que a empresa no Brasil tenha optado por
não oferecer o teto solar panorâmico, o que dá esportividade ao
modelo. Quem quiser deve encomendá-lo, mas aí o veículo não
pode ser blindado.
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