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MINIVAN
Quase três anos depois da concorrência, transmissão importada da França passa a equipar monovolume da Citroën
Picasso é última a ter câmbio automático
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Em agosto de 2001, a Renault
Scénic ganhou opção de câmbio
automático. Oito meses depois,
foi a vez da Chevrolet Zafira. Só a
Citroën Xsara Picasso ficava devendo essa opção. Para compensar todo esse atraso, a resposta é
oferecer a única transmissão que
permite também trocas manuais.
O problema, na verdade, vem
da França, onde apenas 5,5% dos
motoristas optam por não trocar
as marchas. Ou seja, a matriz não
tinha essa alternativa para a Picasso. Mas cedeu e escolheu a mesma
que já está no C5 e na C8: todos
usam motor 2.0 16V, de 138 cavalos, e caixa de quatro velocidades.
Batizada de Automatique, a nova versão é 20 kg mais pesada que
a Picasso manual. Por isso as molas dianteiras foram reforçadas
para manter a altura em relação
ao solo. Comparado ao modelo
europeu, o brasileiro ganhou relações mais curtas. Há um software
para o Mercosul que privilegia retomadas e aceleração -além de
aceitar o álcool da gasolina.
O câmbio se adapta ao estilo de
o motorista dirigir, demorando
para trocar as marchas conforme
a força no acelerador. Mas, em subidas íngremes de São Paulo, a Picasso "engasgou" nas reduções.
Sem divulgar dados, a montadora afirma que o consumo da
minivan aumentou até 12% em
relação ao da manual. Segundo
teste Folha-Mauá, a Picasso sem
transmissão automática faz, na cidade, a média de 9,5 km/l. Na estrada, um litro de gasolina é suficiente para rodar 14,5 km.
Mercado
O câmbio automático está disponível nas duas versões da Picasso. Se, por fora, a única novidade é
o logotipo "Automatique" nas
portas e no porta-malas, por baixo, a versão mais simples esconde
os freios com ABS (antitravamento) e EBD (distribuição eletrônica
da força de frenagem), que passam a ser equipamento de série.
A Picasso GLX ficou R$ 5.800
mais cara, passando a custar
R$ 57.410. A topo de linha, Exclusive, sai por R$ 61.830. "Apenas
repassamos o custo em euro do
câmbio", diz Sergio Habib, presidente da Citroën do Brasil.
A Zafira parte dos R$ 62.720, e a
Scénic 2.0 começa em R$ 60.990.
Todas oferecem airbag duplo,
mas apenas a Picasso tem os laterais. No mais, as três contam com
ar-condicionado, trio elétrico,
freios com ABS e travamento automático das portas -a Zafira é a
única que não traz toca-CDs, mas
permite levar sete passageiros.
Habib estima que 40% dos consumidores prefiram a nova transmissão e que haja um crescimento de 20% nas vendas da Picasso.
A expectativa é comercializar
3.500 carros até o final do ano.
(JOSÉ AUGUSTO AMORIM)
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