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SEDÃ
Carro de R$ 468 mil marca a estréia da marca, cujo nome significa carro do povo em alemão, no segmento de alto luxo
Phaeton é o Volkswagen da casa-grande
JOSÉ AUGUSTO AMORIM
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Nem parece que ela ainda faz
Fusca e Kombi. A Volkswagen
criou um modelo de fazer inveja
às conterrâneas Audi, BMW
e Mercedes-Benz. O sedã Phaeton
é o modelo que marca a entrada
da montadora no segmento de alto luxo -Volkswagen, em alemão, significa carro do povo.
Para não ser mais um nessa
seleta fatia de mercado, o Phaeton
ganhou um motor W12 (12 cilindros em "W"), inédito no mundo
-é como uma fusão de dois V6
(seis cilindros em "V"). Ele gera
420 cv de potência, e seu torque
é de 56,1 kgfm. Números que levam o veículo aos 100 km/h em
6,1s, de acordo com a fábrica.
Mas, antes de mais nada, a
montadora tem um grande desafio: convencer o potencial consumidor de que um Volkswagen
tem tantas qualidades quanto
seus concorrentes Audi A8, BMW
745i, Jaguar XJ8, Lexus LS 430 e
Mercedes-Benz S 600 L. Além disso, só haverá revendas em São
Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.
"Será mais fácil um dono de
Passat comprar um Phaeton que
quem tem um modelo concorrente", afirma Marcos Pflauer,
analista do marketing do produto. Segundo ele, a rede de concessionários terá papel fundamental,
pois é ela que conhece seu cliente.
Concorrência
De qualquer maneira, não será
uma tarefa fácil. Trata-se de um
modelo que custará US$ 130 mil
(cerca de R$ 470 mil) e que só chegará ao mercado nacional em setembro de 2003. Lançado em
março, ainda abastece Europa,
EUA, Japão e Arábia Saudita.
Por ora, leva vantagem em relação a A8 (de R$ 264.250), Classe S
(US$ 222.080) e XJ8 (R$ 210 mil),
já reestilizados na Europa. Audi e
Jaguar adotaram carrocerias de
alumínio, enquanto a VW usa o
material em portas e capô.
Na Mercedes, destaque para a
desconexão automática de quatro
cilindros do motor V12 para economizar gasolina. O 745i, que tem
um joystick para comandar estações de rádio, celular e computador de bordo, custa R$ 454,2 mil.
O motor V8 do LS 430, de R$ 299
mil, otimiza e mantém constante
a mistura de ar e combustível.
É difícil que dois Phaeton iguais
deixem a linha de Dresden (Alemanha). O carro pode ser todo
personalizado. A montadora oferece dez cores, mas faz outra se o
consumidor quiser. De série, o
acabamento de madeira é feito
com nogueira, mas há outras sete
opções, inclusive com marchetaria. Praticamente manual, a produção leva oito semanas.
Os consumidores alemães podem acompanhar as etapas da
produção -a transparência está
até nas paredes da fábrica, feitas
de vidro. Já o cliente brasileiro será convidado para ir à Europa verificar se o seu sedã está de acordo
com as especificações.
Silêncio
Apesar de ainda não poder ser
blindado, o Phaeton tem vidros
duplos. Assim, deixa ruídos e calor do lado de fora. Nem mesmo
em altas velocidades pode-se dizer que o motor é barulhento.
Com 90% do torque disponível
a 1.800 rpm, o sedã de 2.319 quilos
mostra disposição para acelerar.
A velocidade máxima, limitada
eletronicamente a 250 km/h, é
atingida em 38 segundos.
Nas curvas, o modelo se mostra
bastante estável. Tem tração permanente nas quatro rodas (como
o A8), e há quatro opções para a
suspensão, que foi tropicalizada
junto com os bicos injetores
-eles ficaram maiores para suportar a gasolina nacional.
Internamente, conforto é o que
não falta para motorista e três
passageiros. Os bancos dianteiros
têm 18 regulagens. Atrás são dez, e
eles recuam quando a porta é
aberta, para facilitar a entrada. É
um dos poucos a ter dois bancos
traseiros individuais.
O ar-condicionado é controlado
por 25 motores, e a água que limpa o pára-brisa é quente. Um sistema diminui a velocidade do sedã caso o veículo da frente freie,
como já acontece com alguns veículos da Mercedes. Com a chave
no contato, basta um toque no
símbolo da VW que está na tampa do porta-malas para o compartimento se abrir.
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