São Paulo, domingo, 28 de maio de 2006

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Com Eos, VW quer voltar ao mercado de conversíveis

Substituto do Golf, modelo será mostrado no Salão de São Paulo

JOSÉ AUGUSTO AMORIM
ENVIADO ESPECIAL A SOUNION (GRÉCIA)

A missão de Eos sempre foi clara. Deusa do amanhecer, ela deveria abrir os céus para seu irmão, Hélios, deus do sol. Um outro Eos também já tem sua tarefa definida: suceder o Volkswagen Golf Cabriolet, além de ser um impulso para dar um ar mais sofisticado à marca do carro do povo. E, se a Eos é a personificação das paixões adolescentes, o Eos quer atingir um público mais maduro, que tenha entre 35 e 45 anos. O motor, porém, é juvenil: para o Brasil será importada apenas a motorização 2.0 de 150 cv (cavalos), a mesma usada na família Passat. O câmbio, com engates precisos, é manual, de seis velocidades. A semelhança com o Passat não pára aí. Feito em Portugal, o Eos é construído sobre a mesma plataforma que o sedã. Compartilha também o excesso de cromado na grade frontal, assim como o Jetta, que começa a ser vendido aqui em setembro. A suspensão traseira ("four-link") é a mesma, enquanto a dianteira (McPherson) é uma herança do Golf. A identidade própria -obviamente- é o teto, formado por cinco peças de aço e vidro. Fechado, ele transforma o carro em um cupê e oferece um teto solar tradicional. Mas, se o motorista acionar um botão entre os bancos dianteiros, terá de esperar 25 segundos até que a capota se esconda no porta-malas, fazendo do Eos uma ode aos tempos do Karmann Ghia. Em nome da segurança, o aço usado no assoalho e na lateral é mais rígido que o normal. E há quatro airbags. Afinal de contas, sofrer um acidente a 210 km/h (sua velocidade máxima, de acordo com a Volkswagen) já é catastrófico, ainda mais a bordo de um descapotável.

Passaporte
O Eos fará sua primeira aparição brasileira no Salão de São Paulo, em outubro. As vendas, porém, só começam em 2007. O preço não está definido, mas deve ficar na casa de R$ 150 mil -o Passat, atualmente, custa R$ 124.659. Na Alemanha, o Eos 2.0 custa 28 mil. À disposição do mercado europeu há outros três motores a gasolina (com até 250 cv) e um a diesel. De qualquer modo, o Eos será mais caro que o Peugeot 307 CC, o conversível mais vendido no Brasil. Seu preço também não está definido enquanto não desembarca com o novo desenho da dianteira, mas ele custava cerca de R$ 135 mil. Ainda que o Eos seja 6 cm mais comprido e 3 cm mais largo, o entreeixos -um dos principais indicadores do espaço interno- do 307 é 3 cm maior. Mas a maior diferença é no porta-malas. Com o teto fechado, o Peugeot leva 417 litros, 185 litros a mais que o Volkswagen. Se a capota estiver abaixada, a diferença diminuirá, mas ainda favorecerá o 307: são 232 litros contra 205 litros. Porém, quando o assunto é motor, há um equilíbrio. Com injeção direta de combustível, o Eos é 7 cv mais potente que o 307 CC (150 cv ante 143 cv). A diferença mecânica fica pelo câmbio, automático no Peugeot. E os dois conversíveis têm freios a disco nas quatro rodas. Basta esperar que não aconteça com o Eos o que aconteceu com a homônima. Atrapalhada, pediu que seu amado, Titono, se tornasse imortal, mas esqueceu que ele envelheceria. Já um velho decrépito, foi transformado em uma cigarra.


JOSÉ AUGUSTO AMORIM viajou a convite da Volkswagen do Brasil; o carro foi cedido para avaliação pela montadora

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