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Com Eos, VW quer voltar ao mercado de conversíveis
Substituto do Golf, modelo será mostrado no Salão de São Paulo
JOSÉ AUGUSTO AMORIM
ENVIADO ESPECIAL A SOUNION (GRÉCIA)
A missão de Eos sempre foi
clara. Deusa do amanhecer, ela
deveria abrir os céus para seu
irmão, Hélios, deus do sol. Um
outro Eos também já tem sua
tarefa definida: suceder o
Volkswagen Golf Cabriolet,
além de ser um impulso para
dar um ar mais sofisticado à
marca do carro do povo.
E, se a Eos é a personificação
das paixões adolescentes, o Eos
quer atingir um público mais
maduro, que tenha entre 35 e
45 anos. O motor, porém, é juvenil: para o Brasil será importada apenas a motorização 2.0
de 150 cv (cavalos), a mesma
usada na família Passat. O câmbio, com engates precisos, é
manual, de seis velocidades.
A semelhança com o Passat
não pára aí. Feito em Portugal,
o Eos é construído sobre a mesma plataforma que o sedã.
Compartilha também o excesso de cromado na grade frontal,
assim como o Jetta, que começa a ser vendido aqui em setembro. A suspensão traseira
("four-link") é a mesma, enquanto a dianteira (McPherson) é uma herança do Golf.
A identidade própria -obviamente- é o teto, formado
por cinco peças de aço e vidro.
Fechado, ele transforma o carro em um cupê e oferece um teto solar tradicional. Mas, se o
motorista acionar um botão
entre os bancos dianteiros, terá
de esperar 25 segundos até que
a capota se esconda no porta-malas, fazendo do Eos uma ode
aos tempos do Karmann Ghia.
Em nome da segurança, o aço
usado no assoalho e na lateral é
mais rígido que o normal. E há
quatro airbags. Afinal de contas, sofrer um acidente a 210
km/h (sua velocidade máxima,
de acordo com a Volkswagen)
já é catastrófico, ainda mais a
bordo de um descapotável.
Passaporte
O Eos fará sua primeira aparição brasileira no Salão de São
Paulo, em outubro. As vendas,
porém, só começam em 2007.
O preço não está definido, mas
deve ficar na casa de R$ 150 mil
-o Passat, atualmente, custa
R$ 124.659. Na Alemanha, o
Eos 2.0 custa 28 mil. À disposição do mercado europeu há
outros três motores a gasolina
(com até 250 cv) e um a diesel.
De qualquer modo, o Eos será mais caro que o Peugeot 307
CC, o conversível mais vendido
no Brasil. Seu preço também
não está definido enquanto não
desembarca com o novo desenho da dianteira, mas ele custava cerca de R$ 135 mil.
Ainda que o Eos seja 6 cm
mais comprido e 3 cm mais largo, o entreeixos -um dos principais indicadores do espaço
interno- do 307 é 3 cm maior.
Mas a maior diferença é no
porta-malas. Com o teto fechado, o Peugeot leva 417 litros,
185 litros a mais que o Volkswagen. Se a capota estiver abaixada, a diferença diminuirá,
mas ainda favorecerá o 307: são
232 litros contra 205 litros.
Porém, quando o assunto é
motor, há um equilíbrio. Com
injeção direta de combustível,
o Eos é 7 cv mais potente que o
307 CC (150 cv ante 143 cv). A
diferença mecânica fica pelo
câmbio, automático no Peugeot. E os dois conversíveis têm
freios a disco nas quatro rodas.
Basta esperar que não aconteça com o Eos o que aconteceu
com a homônima. Atrapalhada,
pediu que seu amado, Titono,
se tornasse imortal, mas esqueceu que ele envelheceria. Já um
velho decrépito, foi transformado em uma cigarra.
JOSÉ AUGUSTO AMORIM viajou a convite da
Volkswagen do Brasil; o carro foi cedido para
avaliação pela montadora
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