|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PREÇO REAL
Levantamento mostra que manter carro financiado por um ano custa quase o mesmo que o preço à vista
Finaciamento exige raciocínio matemático
MARIANA BERGEL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Todo mundo quer comprar
seu carro à vista, mas, no
ano passado, só 30% dos veículos comercializados no país
foram adquiridos dessa maneira. Para eleger a melhor forma
de comprar um automóvel, é
bom estar atento às vantagens
e desvantagens de cada modelo
e atacar o problema com olhos
de matemático-financeiro.
O levantamento feito pela
Folha revela que, de um modo
geral, o valor despendido no
primeiro ano para manter um
"popular" financiado -somando todos os gastos, a entrada
paga e as 12 parcelas do financiamento-, é próximo do preço
total de tabela do 0-km.
Com uma entrada de 35% e o
restante financiado em 60 meses, o preço final do carro é 43%
maior que a importância à vista. O valor da dívida aumenta,
em média, 66% nos cinco anos.
O Mille tem o segundo parcelamento mais caro, só ficando
atrás do Corsa. Empatam como
os mais baratos o Clio e o Celta.
São três as modalidades de financiamento mais utilizadas:
consórcio, CDC (Crédito Direto ao Consumidor) e leasing.
Em 2002, apenas 3% das
vendas de veículos foram por
leasing -em 2005, o número
saltou para 15%. O consórcio
foi responsável por 8%, e o CDC
representou 47% dos automóveis vendidos em 2005.
O conselho dos especialistas
é poupar pelo menos 20% do
valor do automóvel para dar como entrada em qualquer modalidade. "O brasileiro não tem
cultura de poupar. E fazer poupança em uma economia de juros altos é melhor", diz Luiz
Montenegro, presidente da
Anef (Associação Nacional das
Empresas Financeiras das
Montadoras). Segundo ele, em
geral, as pessoas que poupam
conseguem adquirir um carro
por volta do terceiro ou do
quarto ano de vida profissional.
Parecidos
Para o consultor de matemática financeira José Dutra Sobrinho, o leasing e o CDC são opções parecidas na prática e
por isso vale a pena ver qual delas oferece parcela menor.
"As pessoas ficam receosas
porque no leasing a documentação do carro não fica no nome
delas, mas, no CDC, o carro fica
alienado fiduciariamente e só
pode ser vendido com permissão da financiadora ou quando
quitadas todas as parcelas."
No leasing, o comprador tem
ligeira vantagem nos tributos:
não paga IOF (Imposto sobre
Operações Financeiras). Já
no CDC, as taxas de juros são
pré-fixadas e variam de 1,9% a
2,5% para carros novos. Para os
usados, a média é de 3%.
Já o consórcio pode valer a
pena ou ser um péssimo negócio. Os últimos sorteados teriam feito melhor negócio aplicando o valor das prestações na
poupança ou em fundo de renda fixa. "Comprariam à vista e
sobraria dinheiro", diz Dutra.
A consultora financeira Márcia Dessen, da BankRisk, ressalta que as menores taxas estão nas montadoras.
Colaborou MARLENE PERET
Texto Anterior: GUIA DO PRIMEIRO CARRO - O Preço real dos 'populares': Após um ano, Mille é o mais barato Próximo Texto: Combustível: "Popular" pode consumir tanto quanto 1.8 automático Índice
|