São Paulo, domingo, 28 de julho de 2002

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UTILITÁRIO

Substituto do iO, o TR4 é montado em GO; pacote de mudanças passa pelo motor, faróis, pára-choque e rodas

Agora nacional, Pajero troca sobrenome

JOSÉ AUGUSTO AMORIM
ENVIADO ESPECIAL A CATALÃO (GO)

Esqueça o utilitário esportivo Mitsubishi Pajero iO. Agora feito na fábrica da empresa em Catalão (Goiás), o modelo passa a se chamar TR4, ganhou motor 2.0 de 131 cv (cavalos), retoques no desenho e porta-malas maior.
"No Brasil, o iO causava dificuldades de pronúncia e não tinha muito significado", constata Eduardo de Souza Ramos, presidente da montadora no país. Além disso, seu logotipo era confundido com 1.0 ou o número 10. "TR4 destaca um dos pontos mais fortes do modelo: sua tração 4x4."
Batizado de Super Select 4WD-I, o sistema permite opções 4x2 e 4x4 para asfalto e terra, além de reduzida, que privilegia o torque para transpor obstáculos mais difíceis nas trilhas. Com exceção da última, as trações podem ser engatadas com o carro a uma velocidade de até 100 km/h.
Para seu produto nacional, a Mitsubishi optou por um desenho novo, assim como fez com a picape L200, também montada em Catalão. Além da grade em formato de grelha, o "Pajerinho" recebeu faróis, pára-choque, rodas e pneus novos. No porta-malas, não há mais um fundo falso, o que aumentou o espaço em 120 l.
Garantindo o desempenho no asfalto, o TR4 conta agora com motor 2.0, 14 cv mais potente que o antigo 1.8. Mas essa não é uma exclusividade do modelo nacional -em todo o mundo, o propulsor foi substituído. O torque passou de 16,8 kgfm a 4.000 rpm para 18 kgfm a 4.500 rpm.

Aventureiro
Preparado para enfrentar inclinações, seu ângulo de entrada é de 38, e o de saída, de 41. O jipinho ainda atravessa áreas inundadas de até 50 cm de profundidade.
A versão equipada com câmbio manual -a favorita dos jipeiros- não tem airbag (bolsa de ar que infla em batidas) para passageiro nem freios ABS (antitravamento). "Ele aumenta o risco no fora-de-estrada", explica Ramos.
Mesmo assim, o TR4 é bastante equipado. De série, tem trio elétrico, ar-condicionado, direção hidráulica, airbag para motorista e toca-CDs. Nas revendas a partir da segunda quinzena de agosto, custará R$ 61 mil (câmbio mecânico) e R$ 66 mil (automático) -a versão iO sai por R$ 60.985 e R$ 63.985, respectivamente.
Seus dois concorrentes diretos, os nipônicos Honda CR-V e Toyota RAV4, custam mais. O primeiro sai por R$ 87.299, enquanto o preço do RAV4 é R$ 84.255. Ambos são equipados apenas com transmissão automática.

Improviso
Sem contribuição financeira da matriz, a Mitsubishi do Brasil parece ter improvisado a fábrica goiana. Em um primeiro prédio, o TR4 é soldado: a estamparia é feita por uma empresa paranaense.
Segue para um outro edifício, onde é preparado para pintura, e volta para o primeiro para receber a tinta. Só depois entra na linha de montagem propriamente dita.


José Augusto Amorim viajou a convite da MMC Automotores do Brasil


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