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"Componente funciona depois que tudo deu errado"
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Quando o assunto é segurança,
os itens mais comuns são freios
com ABS (impedem o travamento das rodas) e airbags (que não
inflam em todas as batidas, já que
é preciso uma desaceleração
brusca). Mas o motorista deve esquecer a imagem de travesseiro.
Quando há uma batida, diversos sensores eletrônicos espalhados pelo carro detectam um acidente. Eles medem a desaceleração do veículo e em que direção
foi a batida. Por isso, em uma lateral, o airbag frontal não irá abrir.
De qualquer forma, fica a dúvida: o que é melhor ter no carro?
"Se eu tivesse de optar, ficava com
o ABS", diz Roberto Manzini, instrutor de direção preventiva. "O
airbag vai funcionar depois que
tudo já deu errado", diz. Já para
Roberto Scaringella, especialista
em segurança no trânsito, os dois
são igualmente importantes.
O mercado, porém, parece preferir as bolsas de ar. "O consumidor procura mais airbag que
ABS", atesta Ari Kempenich, gerente de produto da linha Chevrolet, sem saber apontar o porquê.
Mas fica claro que modelos com
apelo familiar maior saem mais
com airbag. Na linha Astra, de
10% a 15% têm o equipamento,
percentual que sobe para 40% na
Zafira e 65% no Vectra.
Atenção
Já o ABS (do inglês, antilock
braking system) faz com que o
motorista mantenha o controle
do veículo porque as rodas não
travam em uma freada brusca
-bastante conhecida por quem
gosta de abusar da velocidade.
Mas é preciso saber usá-lo para
que não perca sua finalidade.
Segundo Manzini, proprietário
da escola de pilotagem que leva
seu nome, 100% dos alunos chegam lá sem esse conhecimento.
"Freiam e tiram o pé quando sentem o pedal tremer. Aí batem e dizem que foi falha do ABS."
Para Scaringella, quanto mais
recursos o carro tiver, menor o
risco de acidentes, mas o mais importante é a responsabilidade de
quem assume o volante. "Um
motorista cauteloso sem ABS e
airbag é melhor do que um desequilibrado com todos os equipamentos", compara ele, que foi
fundador da CET (Companhia de
Engenharia de Tráfego).
Quem tem um carro com airbag
precisa tomar alguns cuidados
para não se machucar quando ele
inflar. O primeiro é não dispensar
o uso do cinto de segurança
-sem ele, o choque contra a bolsa de ar é muito mais forte.
As mãos devem ficar nas posições "dez para as duas" e "15 para
as três" -como nos relógios analógicos- para evitar que o motorista se dê um soco quando as bolsas saírem de dentro do volante.
Mulheres grávidas devem manter certa distância do volante para
que o airbag não bata diretamente
na barriga -e no bebê. Se a direção tiver ajuste de altura, o mais
indicado é alinhá-lo com o peito,
não com o abdômen. (JAA)
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