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TECNOLOGIA
Astra ganha versão Multipower, que aceita GNV, álcool e gasolina; troca para gás é feita por chave no painel
Depois do bi, GM aposta no tricombustível
JOSÉ AUGUSTO AMORIM
ENVIADO ESPECIAL A INDAIATUBA
Engenheiros e diretores da General Motors estão eufóricos. Em
parceria com a Bosch e a Rodagás,
a montadora lançou o primeiro
modelo tricombustível do Brasil.
O Chevrolet Astra Sedan ganhou
a versão Multipower, que pode
ser abastecida com álcool, gasolina ou GNV (gás natural veicular).
Na verdade, a comemoração
tem um gostinho de vingança.
No ano passado, a Volkswagen
surpreendeu o mercado ao lançar
o Gol Total Flex, o primeiro bicombustível de fábrica, ao comemorar seus 50 anos no Brasil.
Porém a marca alemã deve lançar o seu tricombustível daqui a,
no máximo, 18 meses, mas a
Bosch já fez testes com um Polo.
"Tivemos pressa porque a concorrência estuda produtos semelhantes", confessa Ari Kempenich, gerente de marcas da GM.
O que todos querem é atingir
um mercado que cresce cada vez
mais. Com uma frota convertida
a gás estimada em 700 mil carros,
o Brasil só fica atrás da Argentina
no ranking mundial -no Estado
de São Paulo, são 35 mil veículos.
Até o fim de 2005, calcula-se que
sejam 1 milhão no país.
A oferta crescente de gás natural
mostra bem esse interesse. Na
capital, hoje são 118 postos de
GNV, número que cresceu aproximadamente 520% desde 2000.
Ao todo, há 103 cidades abastecidas em dez Estados diferentes.
"É uma tecnologia a que o público vai ter de se acostumar",
afirma Marcos Munhoz, diretor-geral de marketing e vendas. Ele
afirma que, por enquanto, não
haverá campanha de massa: o objetivo é vender 250 unidades por
mês, em especial a taxistas e frotistas. Como não há limite de fabricação, o número pode crescer
se houver demanda, mas é preciso
esperar até quatro semanas.
Acordos
O que já acontecia no Brasil era
que as montadoras escolhiam os
modelos prediletos dos profissionais e permitiam que eles fossem
adaptados ao uso de gás sem a
perda de garantia. Isso acontece
com o Astra a álcool e o Volkswagen Santana. Também já valeu
para o antigo Fiat Siena 1.8.
O Astra já contava com o apoio
da Rodagás, mas a conversão era
apenas com o motor 1.8 a álcool.
Pode-se dizer que ele é o percursor do Multipower: tem dois cilindros que somam 16 m3 de capacidade e uma chave comutadora no
painel que define qual combustível será queimado. No caso do
Multipower, quem comprar com
só um cilindro e se arrepender pode instalar o segundo depois.
Para o Santana 1.8 (a álcool ou a
gasolina), a parceria foi entre a
Volkswagen e a White Martins.
Em São Paulo, o cilindro de 15 m3
pode ser colocado apenas na autorizada Sabrico e custa R$ 3.250.
Se a garantia de fábrica não tiver
acabado, o motorista pode fazer a
transformação sem problema. Há
também estudos para homologar
a Kombi a gás natural.
A Fiat abandonou o projeto de
GNV no Siena novo, lançado em
fevereiro deste ano com motor bicombustível. A diferença é que
antes o sedã saia da linha de produção com predisposição para
instalação do kit. Mesmo assim,
quem tiver o modelo pode procurar a Biogás para comprar o kit. A
capacidade do cilindro, de
14 m3, é a menor de todas.
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