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MERCADO
Estratégia de marketing faz 6 das 14 fábricas lançarem modelos do próximo ano; desconto na linha 2002 chega a 11,5%
Em junho, montadoras já estão em 2003
JOSÉ AUGUSTO AMORIM
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Tradicionalmente as montadoras trocam sua linha a partir de
agosto. Mas o calendário ainda
marca junho, e 6 das 14 com fábricas no Brasil já produzem a linha
2003. As justificativas variam: há
carros totalmente novos (Volkswagen Polo), os que foram reestilizados (Ford Fiesta) ou com versão 2002 de um ano (Fiat Marea).
Na verdade, essa antecipação
não passa de uma estratégia
de marketing. "Há o apelo de ser
um carro novo, o que atrai o consumidor", explica Paulo Manzano, chefe de planejamento de produto e preço da Toyota. Há 15
dias, ela está vendendo o Corolla
com desenho e motores novos.
"É uma disputa saudável entre
as montadoras para ver quem coloca antes seu produto no mercado", opina Luís Fernando Berea,
diretor de vendas da DaimlerChrysler. O executivo exemplifica que, nos Estados Unidos,
os lançamentos ocorrem entre fevereiro e abril do ano anterior.
No vale-tudo dessa disputa, as
mudanças vão de simples acréscimo de equipamentos à lista de série -ou a inclusão de uma única
cor no catálogo- até a nacionalização do modelo (veja ao lado).
A Fiat apostou na relação custo-benefício do Marea. Itens opcionais passaram a integrar a lista de
série, como o câmbio automático
na versão topo, airbag (bolsa de ar
que infla em batidas) na intermediária e espelhos retrovisores elétricos na cor do veículo na de entrada. No lançamento, em abril,
os preços caíram de 3,8% a 4,9%.
O Volkswagen Bora que che-
gará às concessionárias em agos-
to seguirá a mesma linha. Vai
receber ar-condicionado, trio
elétrico e rádio com toca-CDs.
Radicais
Também há casos em que a fábrica aposta em novas versões para crescer no mercado. A Mercedes-Benz desenvolveu uma opção
mais esportiva para o Classe A.
Apesar de não reconhecer oficialmente, a General Motors colocará
no mercado em breve o Chevrolet
Celta com quatro portas e o mesmo motor 1.0 do novo Corsa.
Outras montadoras, como Ford, Nissan e Toyota, preferiram
ir além. Passaram a oferecer carros que em nada lembram os antecessores. O Fiesta, por exemplo, ficou 80 mm mais comprido e
67 mm mais largo, além de ter recebido motor com compressor.
Além de reestilizar a Frontier,
a Nissan passou a fabricá-la no
Paraná. O índice de nacionalização chega a 62%. Com motorização única 2.8 a diesel e tração 4x4 ou 4x2, é a esperança da montadora de ampliar sua fatia no
mercado de 2,2% para 15%
Colaborou Aladim Lopes Gonçalves,
free-lance para a Folha
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