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EM 60 MESES
Responsável por 16% das vendas, sistema é bom apenas para os sorteados no início do plano
Consorciado não ri por último
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Os consórcios para aquisição de
automóveis representam 16% do
total de carros vendidos no país,
de acordo com dados da Abac
(Associação Brasileira das Administradoras de Consórcio). A alta
procura, no entanto, não é sinal
de que o sistema pode ser a melhor saída na mesma proporção.
O matemático José Dutra Vieira
Sobrinho entende que o método
de compra não deve ser comparado com outros tipos de financiamento. Isso porque o bem só
fica disponível ao final do pagamento se o consumidor não for
sorteado ou se não der um lance
vencedor para a retirada do veículo. "O consórcio só é um bom negócio para o primeiro sorteado."
Sobre os consórcios incidem
as taxas de administração (15%,
em média) e do fundo de reserva
(de 3% a 5%). Existe ainda um seguro de vida em grupo, que é opcional. Os prazos praticados variam de 12 a 120 meses, sendo que
o mais comum é o de 60 meses.
Partindo de um valor hipotético
de R$ 21 mil e um prazo de 50 meses, Dutra calcula que, se o consumidor colocar a parcela mensal
na poupança, em vez de pagar o
consórcio, vai precisar juntar apenas 38 meses para ter os mesmos
R$ 21 mil do final do contrato.
Outro lado
Já para a presidente da Abac,
Consuelo Amorim, se comparado
aos financiamentos, o consórcio
acaba sendo a melhor opção.
"Seu prazo é mais longo, e as taxas
cobradas são mais baratas. Nos
outros financiamentos do mercado, quanto maior o prazo, maiores os juros", compara.
Jackson Schneider, diretor da
administradora de consórcios da
DaimlerChrysler, avalia que a demanda pelo sistema é alta. "Mesmo quando as taxas de juros estiveram em níveis mais baixos [o
que prejudicaria os consórcios", o
segmento apresentou bom desempenho." Cerca de 20% das
vendas da DaimlerChrysler são
feitas por essa modalidade.
Ricardo Jacques de Carvalho, da
administradora Remaza, afirma
que a recomendação do Banco
Central para as empresas se associarem a revendedoras de veículos deu credibilidade ao setor.
Segundo o Procon-SP (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor), as reclamações sobre
consórcios registraram queda
desde quando o Banco Central
passou a fiscalizar o setor, a partir
do segundo semestre de 1991.
Em 1993, as reclamações contra
consórcios somaram 403. No ano
passado, foram 331.
(VO)
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