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Alfândega
A maioria dos consumidores de automóveis estrangeiros prefere evitar os financiamentos
Pagar à vista é o que importa
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Se o principal limitador para
quem vai adquirir um carro
"popular" acaba sendo o extrato
bancário, com os compradores
de automóveis importados não
é bem isso o que acontece. Tanto
é que, com muita frequência, esse
tipo de consumidor costuma
comprar pagando à vista.
Os cerca de 70% dos automóveis vendidos pela Honda em
"cash" são exemplo disso. De
acordo com Yuji Horie, diretor do
banco da montadora, dos 30%
restantes que são financiados,
20% são realizados por financeiras independentes, e o restante fica por conta do Banco Honda.
As estatísticas do banco mostram ainda que, entre os financiados, pelo menos 80% são feitos
pelo CDC (crédito direto ao consumidor), restando uma parcela
pequena para o leasing.
Os consórcios são feitos apenas
para as motocicletas. O prazo médio financiado é de 24 meses, e as
taxas praticadas em junho são de
1,94% (12 meses), 2,04% (24 meses) e 2,14% (36 meses).
Marketing
Em janeiro, numa campanha
promocional, a montadora vendeu carros com taxas de 1,89% e
1,99%, para os prazos de 24 e de 36
meses. "O resultado foi um incremento significativo nas vendas,
de cerca de 30%", diz Horie.
Na BMW, a porcentagem de
compra à vista é de 50%. Segundo
o diretor de serviços financeiros
da montadora, Henning Dornbush, no caso dos que financiam,
a quantidade de leasing supera o
CDC: "Cerca de 60% preferem o
leasing, contra 40% dos que optam pelo CDC".
As vendas a prazo também crescem quando é lançada alguma
ação específica de marketing, como a que ocorreu há cerca de dois
meses. De acordo com o diretor
da montadora, em abril, 60% das
vendas da BMW no mercado nacional foram financiadas, embora
feitas com 50% de entrada e o restante com prazo de pagamento
máximo de 20 meses.
Quase à vista
Os clientes da Citroën financiam ainda menos. Segundo o diretor comercial da empresa, Domingos Boragina Neto, 65% das
vendas são feitas à vista, e os 35%
restantes são financiados.
Entretanto, desse percentual
que financia, em média de 35% a
40% dá entrada e parcela o restante em no máximo 12 vezes, calcula
Boragina Neto.
O Banco PSA, que oferece empréstimos para compradores da
Citröen e da Peugeot, responde
por cerca de 80% das vendas financiadas nas concessionárias,
mesmo com o assédio de diversos
bancos comerciais.
"Negociar dentro da própria
concessionária e deixar todo o
processo burocrático por conta
do banco, além de obter taxas
mais vantajosas, fazem o consumidor optar por nós", acredita
Teresinha Blanco, diretora comercial do Banco PSA.
As taxas praticadas pelo PSA variam de 1,49% (taxas subsidiadas
para modelos específicos da marca Peugeot) a 2,8%, para os prazos
mais longos. No banco, 95% das
vendas financiadas são feitas pelo
crédito direto ao consumidor.
Já os compradores dos automóveis da Renault financiam mais
-a montadora também vende
modelos "populares", o que explicaria essa preferência.
Apenas 20% das vendas são feitas à vista, 60% são financiadas, e
20% são realizadas por meio de
consórcios. Da parcela que é financiada, 60% são feitas diretamente pela financiadora da Renault, e os restantes 40% das vendas a prazo são fechados pelas financeiras independentes.
No Banco DaimlerChrysler, das
vendas financiadas, 70% são feitas
pelo CDC e 30% pelo leasing, embora essa modalidade esteja restrita às pessoas jurídicas.
O prazo médio de financiamento é de 20 meses, apesar de o banco ter planos para prazos de três a
60 meses, tanto para carros novos
quanto seminovos. As taxas médias variam entre 2,09%, nos planos de 12 meses, e 2,49%, para dividir as prestações do carro em 60
meses.
(VALDETE DE OLIVEIRA)
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