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ACESSÓRIOS
Kits com o luminoso, que voltou à baila devido ao filme "+ Velozes, + Furiosos", custam entre R$ 100 e R$ 600
Inspirados no cinema, motoristas ressuscitam o néon
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Os mais atentos já devem ter
notado. Ultimamente, é cada vez
menos raro encontrar carros ostentando uma "discreta" luz colorida por baixo. Trata-se do retorno do néon para veículos, desencadeado pelo segundo filme da série "Velozes e Furiosos", que entrou em cartaz no dia 13 de junho.
"Desde que foi inventado, o cinema influencia a moda", justifica Raquel Valente, coordenadora
do curso de moda da faculdade
Santa Marcelina.
"A procura por néon aumentou
uns 150% depois do filme", afirma Daniel de Freitas Mendes,
proprietário da Neon Car Acessórios Automotivos. Na avenida
Duque de Caxias (região central
de São Paulo), tradicional ponto
de lojas de acessórios, há pouco
mais de um mês, havia apenas um
estabelecimento que vendia os luminosos. Hoje, são seis.
"Antes, eu vendia uma média de
três a quatro kits por mês. Agora,
chegamos a vender dez", relata
Ricardo Hang, vendedor da Fast
Break Autocenter.
O custo de um kit de néon com
duas barras de 95 centímetros fica
entre R$ 100 e R$ 600. Mas, para
os fanáticos, colocar as luzes apenas no fundo e na frente do carro
não é suficiente. "Há luminosos
para o painel, para os faróis e até
para o bico de válvula do pneu",
conta Mendes. Ele diz que toda a
gama de acessórios desse tipo exige o desembolso de até R$ 1.100.
Os maiores consumidores do
produto são os adeptos do "tuning" -proprietários que alteram rodas, suspensão, cores e
motorização de seus carros. Dentro desse grupo, há regras estéticas para o uso do luminoso.
O estudante Luiz Silva, 19, tem
uma picape Volkswagen Saveiro
toda modificada na qual ele colocou barras de néon sob o chassi e
perto dos pedais. Ele admite que
fez as mudanças após o lançamento do filme e explica: "Para ficar bonita, a barra de néon tem de
estar camuflada. Se estiver aparecendo, fica meio brega".
Perigo
Na opinião de Valente, da Santa
Marcelina, a simples colocação do
acessório já é questionável do
ponto de vista estético. Ela avisa
ainda que esse tipo de "onda" costuma ser perigosa, pois, normalmente, "passa muito rápido".
Além do preço e do risco de o
proprietário se ver, logo, com um
acessório cuja moda já é ultrapassada, há perigos para o automóvel. A começar pelo fato de que a
inclusão do néon pode motivar o
fim da garantia para a parte elétrica, já que, para cada lâmpada, é
preciso instalar um reator.
Outras mudanças são aconselháveis. O eletricista José Jarbas
Ferreira, do auto-elétrico Pompéia, diz que o ideal é que o carro
seja equipado com uma bateria de
65 ampères e um alternador adequado a essa configuração.
O vendedor Ari Barbosa, da
Dankauto Acessórios, diz que é
muito comum a lâmpada de néon
queimar por causa da umidade a
que está exposta sob o carro. "E
uma nova pode custar mais de
R$ 100."
(CHRISTOPHER LANGNER)
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